Meu filho quer ir a um passeio da escola. E agora?

Motivo de festa para as crianças, os passeios escolares costumam ser sinônimo de dor de cabeça para boa parte dos pais. Preocupadas com a segurança dos pequenos, muitas famílias chegam a questionar se é prudente ou não permitir que o filho acompanhe os colegas nas atividades extraclasse. Tal preocupação tem fundamento, mas os especialistas garantem que, tomadas as devidas precauções, as experiências fora da escola podem ser enriquecedoras para os pequenos.

Confira um checklist para a tomada de decisão

Um dos primeiros pontos a ser avaliado é o objetivo da saída. Para que ela tenha valor e sentido, a psicóloga e doutora em Educação, Maísa Pannuti, professora de Pedagogia e Psicologia da Universidade Positivo, explica que é necessário que o passeio esteja atrelado ao conteúdo pedagógico, ou seja, ao que se pretende ensinar para as crianças.

“Ir ao zoológico é interessante desde que a escola amarre a aula de campo com a situação didática. O passeio pelo passeio [como atividade de lazer] a família pode fazer”, avalia.

A diretora pedagógica da Escola Anjo da Guarda, Luci Serricchio, acrescenta que as aulas de campo são importantes porque permitem às crianças contextualizar a teoria vista em sala de aula, o que é fundamental para o aprendizado. Além disso, elas também possibilitam que os pequenos exercitem aspectos comuns ao seu dia a dia, como saber andar na rua ou se comportar em locais públicos.

Segurança

Definido o objetivo pedagógico, a segurança da aula de campo é o item mais importante a ser assegurado pela escola – e que deve ser checado pelas famílias antes de autorizarem a saída dos filhos.

No que diz respeito ao transporte, por exemplo, os pais devem verificar as condições dos ônibus e/ou vans e se há bancos e cintos de segurança suficientes para que todas as crianças viagem sentadas. Também é importante checar se no local da visita há estacionamento ou se as crianças terão que desembarcar na rua, como acrescenta Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da ONG Criança Segura.

Destino

Verificar e/ou buscar informações sobre a estrutura do local que vai receber as crianças é outra dica das especialistas. Aqui vale desde confirmar se a saída é projetada de forma a não permitir que a criança saia sozinha e se haverá algum ponto de encontro demarcado para o caso de ela se perder do grupo até se o espaço está preparado para lidar com situações imprevistas, como acidentes.

Analisar o perfil da criança e relacioná-lo ao destino da aula de campo é outro exercício que os pais devem fazer antes de autorizar o passeio. Gabriela lembra que casos de crianças que têm dificuldade de seguir regras e/ou que não respeitam a autoridade dos professores devem ser analisados com mais atenção para se evitar contratempos e incidentes.

“O papel da família é dizer para a criança que a referência que ela vai ter fora de casa é o professor. Os pais devem encontrar maneiras de conversar e explicar que ela está saindo e que tem que obedecê-lo, além de tomar cuidado para não se machucar e respeitar as regras do local”, resume.