O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá teor técnico, sem questões de cunho ideológico - nem de esquerda nem de direita. A declaração foi dada por Ribeiro durante entrevista à CNN Brasil, nesta terça-feira (16), depois de ser questionado sobre as falas do presidente Jair Bolsonaro. Em Dubai, Bolsonaro afirmou que as questões do Enem agora “começam a ter a cara do governo”. Ainda sobre esse ponto, o ministro disse que as provas já estão prontas e que não houve interferência do presidente da República, dele próprio ou do presidente do Inep, Danilo Dupas.
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Em entrevista a jornalistas em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Bolsonaro disse na segunda-feira (15): “Ninguém precisa ficar preocupado. Aquelas questões absurdas do passado que caíam, tema de redação que não tinha nada a ver com nada [não vão aparecer]. Realmente [a prova será] algo voltado para o aprendizado”, segundo o G1.
Sobre o teor das falas de Bolsonaro, o ministro da Educação disse que é necessário perguntar diretamente ao presidente da República, mas garantiu que ele nunca pediu ou sugeriu nada em relação ao conteúdo das provas do exame. Além disso, para Milton Ribeiro, o Enem ter a cara do governo significa que a atual gestão vai fazer “o melhor possível”.
Além disso, o ministro avaliou que o Enem deve aferir o conhecimento mínimo dos alunos. Para ele, as perguntas devem cobrar conteúdos objetivos e não tratar de temas sobre os quais a média da população não tem conhecimento. Ribeiro não especificou quais seriam esses assuntos.
Ministro afirma que pedidos de exoneração do Inep fizeram parte de um movimento político
Ao ser questionado sobre o pedido coletivo de exoneração de 37 servidores de seus cargos comissionados do Inep, o ministro afirmou que se tratou de um movimento político e sindical. Ao defender Dupas, Ribeiro negou que tenha havido assédio moral ou intimidação desses servidores dentro do Inep. Esses pontos foram denunciados por parte do grupo de comissionados à reportagem do Fantástico, da Globo, em reportagem veiculada no último domingo (14).
Ribeiro disse ainda que os servidores são livres para pedir as exonerações dos cargos comissionados, mas que elas ainda não foram aceitas e que isso será feito somente depois das provas do Enem. O ministro ressaltou que não houve demissões e que eles são servidores concursados do Inep.
Na mesma resposta, o ministro mencionou o alto custo desses profissionais aos cofres públicos, pois recebem os salários acrescidos de uma gratificação pelo cargo em comissão e de outra pelos cursos de pós-graduação que fizeram. Ribeiro disse que espera contar com servidores mais preocupados com a educação brasileira e menos com pautas ideológicas ou com o próprio bolso.
Sem citar o Fantástico, o ministro voltou a negar que tenha ocorrido qualquer interferência na prova - como afirmaram os servidores - e disse que nem ele sabe, por exemplo, qual será o tema da redação do Enem. O exame será aplicados nos dois próximos domingos, dias 21 e 28 de novembro.
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