O estudante de direito Pedro Bellintani Baleotti, 25, que disse, em um vídeo de outubro de 2018, “Tá vendo essa negraiada? Vai morrer, vai morrer!”, foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR). Baleotti havia sido desligado da Universidade Presbiteriana Mackenzie após a repercussão da declaração, mas a Justiça Federal de São Paulo suspendeu, em caráter liminar, a expulsão do aluno.
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Segundo o MP-PR, Baleotti praticou preconceito de raça e cor. “O denunciado, ao referir-se a cor das pessoas que estavam nas ruas do município, e insinuando o seu descontentamento em relação aos negros em geral, desconsiderou a importância do negro para a formação do Brasil, associando assim a cor negra a algo com pouco valor, desejando a morte das pessoas negras”, diz o documento.
Além de virar alvo de protestos, o estudante foi investigado pela polícia civil do Paraná e a de São Paulo após seu vídeo viralizar. Em dezembro de 2018, o jovem foi expulso da Universidade Mackenzie e do local onde trabalhava. Ele recorreu da expulsão, alegando que o processo administrativo realizado pela Mackenzie teria sido irregular, ou seja, feito por meio de sindicância, sem a participação do Corregedor Disciplinar Universitário, como está previsto para esse tipo de ocorrência.
Semanas depois, a Justiça Federal de São Paulo suspendeu a exclusão e ele pôde voltar à instituição.
Arrependimento
Após a repercussão, o aluno se arrependeu e disse que "foi uma fala completamente infeliz”. “Eu estou completamente arrependido, não imaginava essa proporção que o vídeo ia tomar. Fiquei arrasado e arrependido pelo sofrimento que eu possa ter causado para todas essas pessoas", tentou explicar.
À Tv Globo, o estudante de direito afirmou que não é “racista, nem preconceituoso, muito menos violento”.
De acordo Baleotti, a fala foi motivada por "indignação", porque ele carrega "um sentimento de injustiça de muitos anos com o governo federal, assim como 55 milhões de brasileiros".
"Acabei externando nessas palavras completamente equivocadas, erradas, a pessoas que não tinham nada a ver com a minha indignação. Pelo contrário, não sou uma pessoa racista, muito menos violento. Quem me conhece, pode atestar meu comportamento, até pela minha formação familiar, pessoal. Estou extremamente triste e até preocupado com os efeitos que eu possa ter causado para as pessoas afetadas", justificou.
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