Na manhã desta quinta-feira (10), o ministro da Educação, Abraham Weintraub anunciou que os 10,3 milhões de cadernos de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já estão todos impressos. Ele também afirmou que a edição deste ano não terá "foco em questões ideológicas".
"A gente pediu que não tivesse foco em questões ideológicas", disse, informando que não leu a prova, mas fez a exigência aos elaboradores.
Para ele, provas de estudantes de ensino médio devem evitar os assuntos polêmicos, e a elaboração das questões deve ter "critérios científicos", medir "a capacidade de ler, compreender textos" e "não ficar carregando nas tintas ideológicas".
Impasse
Em abril, a falência da RR Donneley, empresa que imprimia as provas do Enem desde 2009, suscitou dúvidas sobre a possibilidade de o governo cumprir os prazos de impressão previstos no cronograma inicial.
"A dúvida que foi levantada lá atrás foi totalmente dirimida. Todas as provas foram impressas e já estão a caminho", afirmou Weintraub. Segundo o MEC, cerca de metade dos cadernos de prova já está sendo enviada aos destinos.
De acordo com Alexandre Ribeiro Lopes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Enem deste ano custará aos cofres públicos, no total, R$ 520 milhões – aproximadamente R$ 105 por participante, valor um pouco menor do que os R$ 106 do ano passado.
Lopes afirma que, no ano que vem, com mais tempo para realizar a licitação, o governo estima que "vai fazer um contrato melhor e gerar economia". O Enem de 2019 tem 5,1 milhões de inscritos.
Enem ficará mais digital ano a ano
Alexandre Ribeiro Lopes, presidente do Inep, disse que haverá um aumento gradual da aplicação do Enem por meios digitais, até que a prova se torne exclusivamente digital, o que está previsto para 2026.
Segundo Lopes, em 2020, haverá uma data para a realização da prova digital. Em 2021, duas provas serão aplicadas em formato digital.
Ano a ano, haverá um aumento no número de opções para a realização da prova digital, e a avaliação impressa será abandonada em 2026.