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Cinema

Montando o set na escola

Cinquenta alunos da Escola Municipal Cândido Portinari produziram um filme em uma semana | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Cinquenta alunos da Escola Municipal Cândido Portinari produziram um filme em uma semana (Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Produzir, gravar e exibir um filme de animação em apenas cinco dias é o desafio proposto aos alunos da Escola Municipal do CAIC Cândido Portinari, na Cidade Industrial (CIC), e da Escola Municipal Prefeito Omar Sabbag, no Cajuru. Cinquenta alunos de cada escola foram selecionados para participar do Cine Escola, um projeto itinerante financiado pela Fundação Telefônica Vivo, que oferece o ensino de técnicas audiovisuais a crianças do ensino fundamental.

Neste curto espaço de tempo, os estudantes são envolvidos numa rotina intensa – e divertida – de atividades. Depois de um primeiro momento assistindo a vídeos e habituando-se às linguagens do Cinema, eles partem para a criação de roteiro, confecção de cenário e personagens – feitos de cartolina, papel ou massinha –, filmagem e edição. No último dia é feita a exibição do material na escola.

"Nosso filme fala de uma floresta que nasceu bonita, mas que depois foi queimada e apareceu uma cidade em seu lugar", conta o aluno Gian Lucca do Amaral, 12 anos, enquanto recorta de uma revista os animais para a animação. A oficina da qual participou é apenas uma das frentes do projeto.

Segundo a coordenadora da iniciativa, a cineasta Marina Santonieri, além de ensinar princípios básicos do Cinema, o Cine Escola monta espaços específicos para a exibição de filmes, os cineclubes, e oferece workshops sobre o uso de recursos audiovisuais aos professores da rede pública. "Consideramos o audiovisual uma ferramenta superimportante para lidar com todos os temas. É um recurso que sensibiliza, inclusive, em assuntos mais polêmicos na escola, como a questão do bullying", diz.

Tendência

O método e o alcance do Cine Escola chamam a atenção – em um ano ele já passou por nove estados – mas o incentivo à produção audiovisual tem se tornado prática comum em várias instituições de ensino. Atentas à facilidade de filmar qualquer coisa com um celular, e ao hábito de postar vídeos na internet, as escolas sabem que o assunto atrai os estudantes e pode ser usado para a aprendizagem de múltiplas disciplinas.

No Colégio Marista Pa­­­­ra­na­ense, por exemplo, os alunos produzem videoclipes nas au­las de inglês. Os materiais são julgados, distribuídos em categorias e os selecionados participam do "Marista Music Awards", um evento para exibir as produções, aberto a pais e familiares dos alunos.

Nas aulas de artes, os alunos do Colégio Novo Ateneu contam histórias familiares usando massa de modelar. Fotografam várias cenas e depois as imagens para montar um filme em um programa de edição de vídeo. Há ainda as instituições que optam por manter um programa fixo de ensino de audiovisual como opção extracurricular, como faz o Colégio Medianeira.

Também há no estado o projeto Cinema Nosso, vinculado à Faculdade de Artes do Paraná (FAP). A iniciativa promove um olhar crítico sobre a narrativa cinematográfica em comunidades carentes e escolas públicas.

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