MPF pede adiamento do Sisu por falha na nota do Enem

O Ministério Público Federal enviou, nesta segunda-feira (20), ofício ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, para que a abertura das inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) fosse adiada até que as falhas na correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 estivessem solucionadas. Mais cedo, porém, o MEC afirmou que o problema já foi solucionado.

As inscrições para o Sisu terão início nesta terça (21) e seguem até o próximo domingo (26) - o prazo foi aumentado em dois dias, já que originalmente acabaria na sexta (24). Os estudantes irão concorrer a 237 mil vagas em cursos de graduação no primeiro semestre de 2020, que serão ofertadas por 128 instituições, por meio do Sisu.

As notas de quase 6 mil candidatos tiveram erros no Enem 2019, mas todas já foram corrigidas, segundo o MEC e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e os alunos não chegaram a ter prejuízos por causa da falha da gráfica Valid Soluções S.A. O Ministério da Educação (MEC) não se manifestou sobre o pedido do MPF até a noite desta segunda.

Mesmo assim, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do MPF, afirma que o pedido foi feito para que as "inconsistências na correção do Enem venham a prejudicar milhares de estudantes" que tentam uma vaga nas universidades e institutos federais por meio do Sisu.

Correção

Em entrevista coletiva, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que o MEC fez a rechecagem de todas as 3,9 milhões de provas do Enem de 2019 para verificar se foram devidamente corrigidas.

"Pegamos os quase 4 milhões de participantes e corrigimos as provas deles com todos os gabaritos possíveis e calculamos todas as proficiências possíveis. Nós olhamos todas as situações em que poderia ter algum tipo de modificação de nota", disse o presidente do Inep.

Segundo o governo federal, 95% das 6 mil provas com problemas na correção estavam em quatro cidades, três de Minas Gerais (Viçosa, Ituiutaba e Iturama) e uma da Bahia (Alagoinhas). A maioria dos erros ocorreu no segundo dia de provas, quando os candidatos resolveram as questões de Matemática e Ciências da Natureza.