O Movimento dos Sem Universidade (MSU) defendeu nesta quinta-feira a criação de conselhos regionais e nacional para acompanhar a implementação do Programa Universidade para Todos (ProUni). Os conselhos seriam formados por representantes da sociedade civil interessados em avaliar as condições de permanência dos universitários nas instituições de ensino superior privadas e filantrópicas.
- O Sistema Nacional de Bolsas é abrangente e transparente. O ProUni é um avanço. Mas, como o próprio presidente falou é preciso ver onde estará o calo, a ferida. Não queremos que o estudante fique se comer, sem condição de comprar livro ou sem transporte - afirmou Sérgio Custódio, um dos coordenadores do MSU.
De acordo com Custódio, o conselho teria uma atuação local, no acompanhamento dos bolsistas na universidade, e nacional, na formulação de políticas públicas que garantam a permanência do estudande na instituição de ensino superior privada. A idéia já teria sido aprovada pelo presidente Lula, o ministro Tarso Genro e o senador Aloísio Mercadante (PT-SP).
- Fica complicado uma relação que só tenha a participação do estudante e da universidade. Se um estudante desisitir por falta de comida, material didático e transporte, a sustentação do programa para outras gerações acaba comprometida - acredita o coordenador do MSU.
A dona-de-casa Solange Aparecida Ferreira, 44 anos, é uma das primeiras beneficiadas pelo ProUni. Integrante do movimento Educafro, ela conseguiu bolsa integral para o curso de gastronomia em uma faculdade de São Paulo.
- Estou muito feliz porque já consegui essa bolsa, mas mais feliz ainda porque o povo negro pode entrar na universidade. A gente precisa resgatar uma dívida que o Brasil tem com o povo negro. Espero que o ProUni não seja uma mentira, como foi a Lei Áurea. Eu tenho um neto pequeno e quando chegar a hora dele entrar na universidade ele vai entrar na melhor do país. O negro não tem força apenas para remar o navio negreiro, ele tem uma força que vocês vão conhecer a partir de agora - defendeu Solange.