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Reprovação

Não deixe a corda arrebentar

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As aulas estão chegando ao fim e, para alguns estudantes, a hora é de decisão. Para os que garantiram boas notas durante o ano, a sensação é de alívio e ansiedade pelas férias. Para os que não foram tão bem, o momento é de tensão. Mas os educadores garantem: há luz no fim do túnel. Mesmo faltando cerca de um mês para o fim do ano letivo, ainda dá para correr atrás do prejuízo e escapar de uma reprovação.

O primeiro passo para recuperar a nota é saber exatamente onde está a dificuldade do aluno. "Não adianta dizer que ele está mal em Matemática ou Português. É preciso diagnosticar exatamente qual parte dessas disciplinas ele não domina, como logaritmos, por exemplo, e investir pesado nisso, seja com aulas de reforço na escola ou com acompanhamento dos pais em casa", diz o gestor educacional do Colégio Bom Jesus Carlos Machado.

Em todas as escolas, sejam particulares ou públicas, a recuperação não acontece uma única vez no fim das aulas, mas sim ao longo do ano, seja ela bimestral, trimestral ou semestralmente, dependendo da instituição. Portanto, o aluno tem diversas chances de melhorar um mal desempenho. A recuperação que acontece em dezembro diz respeito às notas baixas do quarto bimestre. "Além disso as avaliações de hoje não são apenas uma questão de nota, mas de um conjunto de atividades que o aluno faz, como trabalhos, lição de casa, atividades extracurriculares e participação em sala. A nota que vai no boletim contempla tudo isso e é também o que o conselho de classe vai levar em conta na hora de decidir pela aprovação de um aluno que não alcançou nota", explica a pedagoga e professora da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) Margareth Maria Schroeder.

Mas, os pedagogos e psicopedagogos advertem que se o aluno foi mal o ano todo, para se recuperar agora provavelmente não conseguirá fazer isso sozinho. O apoio da escola e principalmente dos pais é essencial. Segundo a psicopedagoga e diretora da Escola Atuação, Esther Cristina Pereira, a hora de uma conversa franca, de ver com o filho em qual ponto ele errou e o que pode ser corrigido é agora. Vale até contratar uma professora particular. "O que não adianta é o pai querer negociar com a escola, pedir que o professor dê trabalho extra ao filho para melhorar a nota, porque não seria correto com o restante da turma e foge do padrão das escolas, daquilo que elas programaram para o ano todo."

Jogo limpo

A maioria das escolas chama os pais no início do ano para explicar quais as normas de avaliação. Entre elas incluem a média – que geralmente fica entre 6 e 7 –, período de provas e regras para entregas de trabalhos e deveres. Algumas instituições fazem também um diagnóstico de aprendizado da série anterior para saber o que o estudante lembra e se está pronto para acompanhar novos conteúdos.

O Centro Educacional Evan­gélico segue essa linha. Segundo a psicóloga e diretora, Raquel Momm, com essa avaliação inicial – que acontece depois de dez dias do começo das aulas – a família tem a primeira ideia de como está sendo o desempenho do filho. "Nesse momento os pais da criança que apresenta alguma dificuldade e que vai precisar de acompanhamento são avisados. Ou seja, se o aluno continuar com dificuldades, a família saberá e não terá uma surpresa ruim somente no fim do ano."

Para os que estão com problemas em alguma matéria, a recuperação paralela é feita de forma diferente em cada escola. No Centro Educacional Evangélico, por exemplo, a nota que vai no boletim é a média da que ele tirou no bimestre com a avaliação da recuperação. "A média para aprovação é 6, mas premiamos ao final do ano aquele aluno que tira tudo acima de 8, para garantir que o bom estudante, que atingiu média geral suficiente já no terceiro bimestre, não relaxe no último, comportamento que é bem comum", explica Raquel.

Mas, mesmo com as recuperações ao longo dos meses, alguns alunos arrastam as notas baixas por todo ano, o que indica que as chances de reprovação aumentam. Neste caso é preciso uma medida mais drástica. "Se chega setembro e a situação não melhora, chamamos novamente os pais e fazemos um cálculo de quanta nota o aluno precisa para ser aprovado e oferecemos aulas de apoio, para que ele comece os últimos meses de aula focado no que precisa. Uma escola que deixa para avisar isso apenas em cima da hora erra feio", diz Esther.

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