História do Brasil
Adolescentes são atraídos por jogos que envolvem estratégia e raciocínio lógico, segundo a pedagoga Inge Suhr. Como é comum esse público torcer o nariz para algo que se apresente como educativo, o jogo precisa ser envolvente e interessante para conquistá-lo. Um bom exemplo é o jogo on-line "O caminho para a Proclamação da República", que tem os ingredientes fundamentais para que eles se interessem. Lançado recentemente pela organização Educar para Crescer e pelo historiador e escritor Laurentino Gomes, o game tem formato de tabuleiro e conta a história da Proclamação da República por meio de curiosidades sobre fatos e personagens. O jogo, inspirado no livro 1889, está disponível no endereço: http://educarparacrescer.abril.com.br/1889/.
Muitas opções
Confira algumas sugestões de jogos que estimulam habilidades de imaginação, raciocínio, comunicação, inteligência emocional, liderança, concentração e negociação:
Green Science: Linha de jogos criativos (foto 2) que estimula a curiosidade das crianças. Oferece a oportunidade de experimentar, de modo seguro, os fenômenos naturais que envolvem Química, Física e Biologia.
Imagem e Ação: A imitação de gestos simples e complexos exige conhecimento e domínio corporal. Ao transmitir, sem palavras, pensamentos ou situações, a criança organiza seu pensamento lógico.
Cara a Cara: Desenvolve a percepção, observação e também a classificação, imprescindíveis nos estudos de diferentes disciplinas.
Uno: Exige a participação de um grupo, desenvolvendo relacionamentos sociais. Atua diretamente no raciocínio lógico-matemático, devido à necessidade de programar as jogadas.
Jogo da Memória: Exige a memorização e a percepção de figuras. Esse desenvolvimento mental é significativo para a aprendizagem nas diversas disciplinas escolares.
Xadrez, Damas e Trilhas: Exigem planejamento e antecipação de jogadas. Para um adequado rendimento escolar, tanto o planejamento, como a antecipação e reflexão são imprescindíveis.
Pega Varetas: Além de treinar a coordenação motora fina, essencial para a escrita, usa o momento da contagem das varetas para a construção de noções matemáticas.
Rummikub: Jogo de estratégia (foto 1), no qual a criança faz associações, aprende a classificar e trabalhar com sequências.
Banco Imobiliário: Trabalha a capacidade de empreender, planejar, poupar, investir e negociar.
Palavras Cruzadas: Aumenta o vocabulário, a gramática e a associação.
A cada idade
Cada faixa etária conta com brinquedos mais adequados ao desenvolvimento e capacidades das crianças. Confira alguns exemplos além dos jogos:
De 0 a 5 meses: Brinquedos musicais, livrinhos de pano ou plástico, móbiles e bolas.
De 6 meses a 1 ano: Brinquedos de banho, encaixe, que emitem sons e de empurrar.
De 1 ano a 2 anos: Brinquedos com várias texturas, livrinhos, brinquedos com cores vivas de puxar e empurrar.
De 2 a 3 anos: Bolas, blocos de empilhar, carrinhos, bonecas, cavalinhos e balanço. Essa é a idade ideal para a criança aprender a guardar seus brinquedos.
De 3 a 4 anos: Triciclo, aviões, trenzinhos, brinquedos infláveis, bolhas de sabão, brinquedos de areia, massinha de modelar, fantasias, máscaras, quebra-cabeça, livrinhos de história e pintura.
De 4 a 6 anos: Essa fase é a fase do mundo imaginário. A criatividade está se desenvolvendo e os brinquedos devem auxiliar a criança a entrar no mundo da fantasia, como dinheirinho de brinquedo, casa de bonecas, telefones, cidadezinhas, circos, fazendas com animais.
A partir de 6 anos: Jogos de tabuleiros, pipas, carros de corrida, argila para modelar, bicicletas, pincel e tinta, skate, patins, brinquedos colecionáveis, futebol de botão e artigos esportivos.
Fonte: Priscilla Santana Van Kan.
As inúmeras caixas coloridas nas prateleiras das lojas de brinquedo tornam a experiência de escolher um bom presente em desafio. Entre tantas opções, especialistas recomendam que jogos sejam priorizados em relação a outros brinquedos que não promovem a interação social. Se a intenção é escolher algo que se revele educativo, há inclusive alternativas que funcionam como reforço daquilo que a criança aprende na escola.
A psicopedagoga clínica Priscilla Santana Van Kan vê como positiva a escolha por jogos que se apropriam do conteúdo escolar. "Através da experiência, a criança e o adolescente têm a oportunidade de perceber e compreender os conteúdos escolares como elementos vivos e dinâmicos. Assim, o jogo enquanto recurso de ensino-aprendizagem contribui de maneira significativa para a construção crítica, prazerosa e consciente do conhecimento", afirma.
Já a psicóloga e educadora brinquedista Marion Weber Schiller defende que todos os jogos são ferramentas para o desenvolvimento da criança. "Com eles é possível desenvolver o raciocínio lógico, a coordenação motora, a capacidade de concentrar-se, de fazer associações, negociações, desenvolver a criatividade, lidar com frustrações, perdas e ganhos. Todos esses fatores são pré-requisitos para a aprendizagem formal", diz. Jogos que levam a errar e tentar de novo também podem ajudar a criança que tem dificuldade no início da alfabetização e que se mostra insegura.
A escolha
O primeiro passo na hora de presentear é avaliar o perfil da criança, como sugere a coordenadora pedagógica do Grupo Educacional Uninter, Inge Suhr. "Tem aquelas que adoram quebra-cabeças, outras não têm paciência. Além de respeitar a indicação de idade sugerida pelo fabricante, vale considerar o nível de desenvolvimento daquela criança, caso contrário, ela pode ser forçada a lidar com coisas que ainda não tem condições de encarar."
Outra dica é evitar jogos violentos ou individualizantes. Cada vez menos as crianças frequentam espaços de convivência, têm quintal ou famílias grandes, por isso, os jogos que estimulam a socialização são os melhores, lembra Inge. "Jogando em grupo a criança tem raiva ao perder e tem de trabalhar essa raiva. Sentir a sensação de ter de cumprir as regras, falar para o amiguinho que ele não pode roubar e todo o contato com o outro são muito importantes." E não é preciso ter uma turma grande para que o jogo em grupo seja divertido. O efeito positivo será ainda maior se ele promover a integração com os pais ou com a pessoa que deu o presente.
Divididos entre o computador e os jogos de cartas e de tabuleiro
Elas adoram passar o tempo jogando no computador, mas as irmãs Tamires, 13 anos, e Maria Eduarda, 5 anos, também são adeptas dos jogos de cartas e de tabuleiro. Em ambos os casos, elas prezam pela interação e pela aprendizagem, garante a mãe e professora do ensino fundamental Cristiane Vasques.
O caçula Miguel, 1 ano, também já ensaia as primeiras jogadas, seja com as peças coloridas dos jogos ou com os dedinhos deslizando pela tela do tablet. "A Maria Eduarda tem login e senha no portal educacional do colégio e lá acessa os joguinhos. A Tamires gosta de jogos de aventura e mistério. Eu fico sempre de olho para ver se o jogo é educativo mesmo", conta Cristiane.
Longe do computador, Tamires se junta à irmã nos jogos de cartas, como "Uno" ou "Trunfo". "Elas brincam bem juntas, a Maria Eduarda focando mais nas cores e personagens e a Tamires pensando na estratégia dos jogos", diz a mãe. No Natal, as duas entraram em um acordo, vão de "Banco Imobiliário". Mas a decisão sobre qual versão do jogo elas vão ganhar vai ficar por conta do Papai Noel: uma só quer saber do jogo tradicional e a outra bate o pé pela edição com as princesas.