Milhares de pessoas foram às ruas nesta quarta-feira (15) para protestar contra o bloqueio de 5% do orçamento do Ministério da Educação, que afetará a educação básica e o ensino superior, principalmente no segundo semestre. Do total de R$ 149 bilhões previstos para a pasta, R$ 7,4 bilhões foram contingenciados, dos quais, R$ 2 bilhões das universidades federais.
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Centrais sindicais também aproveitam os atos para se manifestar contra a reforma da Previdência.
Em Dallas, nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se manifestou sobre as paralisações dizendo que os "manifestantes são idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais do Brasil".
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Sudeste e Centro-Oeste
Manifestantes ocuparam a avenida Paulista, uma das principais vias de São Paulo. Houve também protestos de alunos e professores da USP (Universidade de São Paulo), com cartazes e carro de som, na entrada da Cidade Universitária, zona oeste da capital paulista. O número de manifestantes não foi divulgado nem pelos organizadores e nem pela Polícia Militar. As aulas desta quarta foram suspensas na instituição.
Em Brasília, centenas de manifestantes se concentram na Esplanada dos Ministérios e em frente à Biblioteca Nacional. O ato reúne estudantes e professores, entre outros participantes, que empunham faixas contra o governo de Jair Bolsonaro (PSL).
"A UNB (Universidade de Brasília) não é balbúrdia" e "Tira a mão do meu IF (Instituto Federal de Brasília)" são algumas das mensagens escritas nas faixas dos participantes.
Os sindicatos dos professores do Distrito Federal e dos trabalhadores de escolas públicas também apoiam a manifestação. Há também manifestantes que pedem a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No Rio de Janeiro, oito tendas ocupavam a praça 15, no centro do Rio de Janeiro, por volta das 10h30 desta quarta-feira (15). Alunos e professores da UFRJ organizaram aulas públicas durante todo o dia.
Entre as atividades programadas, estão: "Como o vírus da Zika causa microcefalia?", do Instituto de Ciências Biomédicas, oficina de cartazes contra a morte da educação, da Escola de Belas Artes, aula pública sobre internet, da Escola de Comunicação, "A Matemática vai à Praça", do Instituto de Matemática, e "Reforma da Previdência: uma ameaça ao direito à cidade!", da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
Por volta das 15h, um ato unificado começou em frente a igreja da Candelária, no Centro. Os manifestantes marcharam até a estação Central, com palavras de ordem contra o governo.
Centenas de pessoas se reuniram em frente à faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). No microfone, professores e alunos falaram sobre os motivos dos protestos e projetos que estão ameaçados pelos cortes.
Um dos projetos de pesquisa da universidade, exibido em cartazes no ato, produziu um kit para fazer diagnóstico de resistência da tuberculose. O trabalho contou com alunos bolsistas, em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose (Rede-Tb).
Em Vitória, no Espírito Santo, ocorre panfletagem em frente aos portões do campus Goiabeiras. À tarde, professores e estudantes exibiram trabalhos na "Mostra Balbúrdia Universitária". Depois, houve uma caminhada entre o teatro universitário e a Assembleia Legislativa.
Região Sul
Em frente ao prédio histórico da UFPR (Universidade Federal do Paraná), na praça Santos Andrade, as manifestações começaram cedo. De lá, estudantes e professores fizeram uma caminhada até o Centro Cívico.
Em Florianópolis, estudantes protestaram no Largo da Alfândega.
Nordeste
Em Salvador, na Bahia, estudantes protestam desde as 9h, na Praça do Campo Grande. Em Recife, atividades iniciaram às 6h, com professores e alunos da UFPE oferecendo serviços de fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia, na Praça do Engenho de Meio. À tarde, o protesto será na Rua da Aurora, próximo ao Ginásio de Pernambuco.
Em Fortaleza, as mobilizações se concentraram na Praça da Bandeira, e houve marcha pelas ruas do Centro e do Benfica em direção à Reitoria da Universidade Federal do Ceará.
Em João Pessoa, na Paraíba, atos aconteceram em frente ao Liceu Paraibano, onde houve panfletagem e discursos em carro de som. De lá, os manifestantes seguirão até o Ponto de Cem Réis, onde será realizado o "Educação na Praça".
Em São Luís, no Maranhão, os protestos foram realizados na Área de Vivência da Universidade Federal do Maranhão.
Em Maceió, a concentração para manifestação aconteceu em frente ao Cepa (Centro Educacional de Pesquisa Aplicada).
Em Natal, no Rio Grande do Norte, houve atos no no Campus Central do IFRN e no cruzamento das avenidas Salgado Filho e Bernardo Vieira. Depois, os manifestantes fizeram uma passeata até a Praça de Mirassol, na BR-101. A reitora da UFRN, Angela Paiva, afirmou que o bloqueio provocará a demissão de aproximadamente 1,5 mil servidores terceirizados e, caso não seja retirado, suspenderá parcial ou totalmente as atividades a partir de setembro.
Região Norte
Em Manaus, mobilização começou às 7h, no Bosque da Resistência, entrada principal do campus da Universidade Federal do Amazonas. Também houve aula pública de filosofia. À tarde houve atos nas praças 5 de Setembro e do Congresso.
Em Belém, no Pará, protesto começou às 8h, na praça da República. De lá, os manifestantes seguiram em caminhada até a Assembleia Legislativa do Pará.
Em Palmas, no Tocantins, manifestantes saíram da Universidade Federal do Tocantins e seguiram para a Assembleia Legislativa. No local, os alunos exibiram suas atividades de pesquisa e extensão.
Em Boa Vista, Roraima, houve concentração em frente à universidade, na avenida Ene Garcez, de onde os manifestantes caminharam até a praça do Centro Cívico.