No último fim de semana, 4,17 milhões de participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foram submetidos às provas e agora aguardam pelo gabarito, que deve ser divulgado amanhã. Mas a dúvida que aflige a maior parte dos estudantes é: como se calcula a nota do Enem?
Diferentemente dos vestibulares tradicionais, o desempenho de cada respondente não se refere à soma de acertos. Desde a edição de 2010, a nota para cada uma das quatro áreas das provas objetivas é calculada pela metodologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI). A TRI é uma metodologia internacional aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e que considera a pontuação obtida em cada uma das questões de acordo com a classificação que elas receberam durante o pré-teste do Enem, feito previamente por estudantes de ensino médio.
O método, que tem uma escala padrão de conhecimento, aponta as questões que tiveram alto índice de acertos e elas passam a contar menos pontos na nota final do candidato. Caso o estudante acerte uma questão tida como difícil e erre outras fáceis relacionadas, sua resposta é considerada aleatória, ou "chute", e a pontuação obtida será menor. Assim, dois participantes que acertam o mesmo número de itens têm pontuações diferentes, dependendo do nível de dificuldade de cada uma das questões respondidas corretamente.
Régua
"É como se a prova fosse uma régua e a escala do que é medido é o conjunto de habilidades e competências do aluno. Considerando os centímetros de uma régua plástica, de madeira e de metal, temos materiais diferentes, mas, se todas têm escala em centímetros, todas darão a mesma dimensão", explica o estatístico e especialista em Metodologia de Ensino Zelci Clasen, diretor pedagógico do Sistema de Ensino COC da Pearson. A exceção é a prova de redação, que não é corrigida pela TRI e cuja nota varia de zero a 1.000.