| Foto: Unsplash / Reprodução

O início das aulas nas universidades norte-americanas (geralmente em setembro) pode ser um momento feliz e emocionante para os alunos e seus pais. Mas se o calouro que volta para a casa no feriado de Ação de Graças, em novembro, for uma pessoa completamente diferente, essa felicidade pode se transformar em espanto ou mesmo raiva.

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Claro que o calouro pode ter aprendido alguns conceitos valiosos em química, literatura e história, mas também pode ter aprendido política identitária, que ensina que a maioria das pessoas é racista, além de culpar os Estados Unidos por quase todos os problemas do mundo – de “mudanças climáticas” a guerras e esgotamento de muitos recursos naturais.

Talvez você ouça o calouro dizendo que agora odeia o capitalismo e que todos nós estaríamos melhor sob um regime socialista.

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Não é segredo que as faculdades têm sido bastiões da esquerda por anos, mas com a crescente aceitação do socialismo e da “justiça social” nos Estados Unidos, os campi se tornaram o marco zero para uma doutrinação socialista extremamente radical.

Nem os pais que ensinaram os filhos a serem pensadores críticos deixarão de ficar chocados quando estes voltarem para casa depois de meses de programação esquerdista. Alguns jovens conseguem resistir à pressão, mas outros não.

Para muitos alunos, frequentar uma faculdade significa ser alvo de códigos de fala e bullying de outros alunos, além de intimidação por parte dos professores. Muitas vezes, coordenadores e reitores ficam em silêncio, ou pior: impõem o radicalismo.

É saudável que o aluno seja intelectualmente desafiado e exposto a novas ideias na faculdade. O que não é saudável é ser repreendido, intimidado ou coagido a adotar uma ideologia que vai contra seus princípios fundamentais.

Recentemente, uma amiga acompanhou seu filho à orientação para calouros numa universidade estadual. Durante a reunião, ela e outros pais ficaram bastante desconfortáveis quando vários professores se apresentaram não apenas por seus nomes e titulações, mas também pelos pronomes que preferiam ser chamados.

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Ela notou que os crachás dos novos alunos também listavam seus pronomes preferidos. Trata-se de um esforço da universidade para atender estudantes transgêneros, indecisos sobre seu gênero ou de gênero “fluido”. Ficou tão chocada com o que viu que escreveu um artigo sobre isso para tentar alertar outros pais. Ela deixou claro que não estava difamando pessoas transexuais e sentia compaixão por aqueles que sofrem disforia de gênero. No entanto, criticava os diretores da universidade por empurrar “goela abaixo” de todos os novos alunos um problema que, sabidamente, era muito controverso.

Em resposta, a extrema-esquerda passou a agredir a autora e seu filho com ameaças de ódio e violência, além de postar o nome e a foto do filho nas redes sociais e intimidá-lo no campus.

Segundo uma pesquisa recente da Knight Foundation, mais de dois terços dos universitários – com perfis à esquerda e à direita no espectro político – dizem que o atual clima nos campi os impede de expressar suas verdadeiras opiniões por medo de ofender os colegas de classe.

A pesquisa reforça o que muitas pessoas já sabiam: uma minoria, que conta com o respaldo de professores e diretores, é responsável por criar esse ambiente para todos.

A pesquisa também mostra que, apesar de muitos alunos sentirem que não podem se expressar, 46% ainda estão inclinados a eliminar a liberdade de expressão no campus para promover uma “sociedade inclusiva e acolhedora”. Trata-se de uma estatística assustadora.

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Ao contrário das afirmações da extrema-esquerda, isso não promoveria um ambiente de aprendizagem mais aberto, mas sim conformidade com os princípios mais radicais do esquerdismo.

Para os pais, uma formação universitária tem impacto inegável no futuro dos filhos – tanto é que, a cada gravidez, essa era uma das coisas pelas quais eu rezava. Rezei para que eles frequentassem faculdades que os ajudassem a abrir as portas ao conhecimento, evoluir como pessoas e se preparar para carreiras que fossem gratificantes.

Mesmo naquela época, eu não imaginava o grau de influência que uma faculdade teria na vida de um filho ou uma filha. Mais de 40 anos depois, na sociedade de hoje, essa influência é ainda mais forte. É por isso que não podemos ficar de braços cruzados e deixar que a doutrinação e o bullying continuem.

Na condição de pais e contribuintes que estão mandando os filhos para as faculdades e pagando a maior parte dos custos, cabe a nós procurar os legisladores e reitores e exigir mais dessas instituições – não só para o benefício dos nossos alunos e sua educação, mas para o futuro da nossa sociedade civil.

* Kay Coles James é presidente da Heritage Foundation.

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Tradução: Ana Peregrino.

© 2019 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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