Frequentar a escola também é mergulhar na história e cultura do Paraná e dos que para aqui vieram. Ao menos esta é a realidade dos alunos da professora de História Wilma Fontana de Souza Alvares, do Colégio Municipal João Bettega. Eles fazem parte de um projeto que trabalha a Cultura Regional, desde a folclórica até a urbana por meio do teatro, da dança e da música."Na prática os alunos aprendem a nossa história local e interpretam as lendas e o folclore com encenações de teatro, danças e música. Geralmente fazemos encenações das lendas indígenas paranaenses (Guarani, Caingangue e Xetá) com dinâmicas teatrais. As músicas do canto às batucadas. Nas danças, os alunos aprendem o fandango, do litoral paranaense, e outras folclóricas, mas o foco é a cultura urbana, como a dança de rua, hip hop, samba, axé, enfim, os estilos musicais que fazem parte do dia a dia deles, mesmo que seja uma cultura vinda de outros países ou estados", conta.Mas será que os adolescentes da 7.ª e 8.ª séries se interessam por esses aspectos culturais do estado? Wilma garante que sim, e diz que o trabalho propõe uma articulação entre a cultura regional e o contexto vivido pelos alunos. "No decorrer do trabalho do projeto de cultura regional, alunos começam a se perceber como sujeitos na História. Neste ponto, começam a se tornar protagonistas, agentes multiplicadores, capazes de transformar realidades na sua própria comunidade-escola. Eles percebem as transformações e se empolgam. Sempre querem saber qual o próximo desafio, o próximo tema", afirma.
Embora haja o risco de a leveza e descontração dos assuntos deixarem os alunos dispersos, a professora conta que os projetos ajudam a desenvolver a maturidade, a consciência, o trabalho em conjunto, a solidariedade e a responsabilidade. "É muito legal observar o desenvolvimento dos alunos durante o ano. Muitos entram apenas buscando diversão, mas vão adquirindo responsabilidade e se transformam", diz.
O projeto, que é chamado de "Cultura Popular do Paraná" e faz parte do programa Mais Educação, do governo federal, é realizado na própria instituição de ensino no contraturno.
