Cerca de 20% das escolas (19,67%) da rede pública do Paraná que ofertam o ensino médio estão ocupadas por estudantes contrários à Medida Provisória 746. Segundo o movimento Ocupa Paraná, até a noite desta quinta-feira (13), eram 300 escolas de um total de 1.525 unidades em todo o estado. A mobilização nas unidades cresceu ao longo da semana. Na segunda-feira (10), eram em torno de cem escolas ocupadas. As ações tiveram início dia 4 de outubro, no Colégio Estadual Arnaldo Jansen, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.
Veja a lista completa de escolas ocupadas, segundo o movimento Ocupa Paraná
Quatro campus de universidades também aderiram à mobilização - Toledo, Cascavel e Marechal Rondon, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), e o campus de Laranjeiras do Sul da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).
Os números da Secretaria de Estado da Educação (Seed), que tem um levantamento próprio das ocupações, são diferentes. Conforme o órgão, o movimento atingiu 180 escolas estaduais e deixou 170 mil estudantes sem aula. A Seed também não informou quantos pedidos de reintegração de posse foram feitos nos últimos dias, embora o Ocupa Paraná informe que os estudantes receberam notificações de 13 pedidos aceitos pela Justiça. Segundo a assessoria de imprensa da Seed, mesmo com uma sentença favorável à desocupação das escolas, o governo deve continuar tentando dialogar com os estudantes.
Greve cresce e mais três universidades estaduais decidem paralisar no Paraná
Leia a matéria completaOs protestos ocorrem em 62 cidades. Curitiba continua sendo a cidade com mais ocupações: 51 escolas. O movimento tomou corpo depois do levante dos alunos do Colégio Estadual do Paraná (CEP), o maior do estado. Cascavel, no Oeste, vem na sequência, com 25 ocupações. São José dos Pinhais registra 21 escolas ocupadas e Londrina, 20. Os protestos também iniciaram nesta quinta-feira (13) em Cambé, Três Barras do Paraná, Palmas, Cantagalo, Piraí do Sul, Dois Vizinhos e Campo Mourão.
O movimento Ocupa Paraná protesta contra as medidas do governo federal que limitam gastos para a educação, preveem a flexibilização de disciplinas dos currículos escolares e ampliam o período de ensino nas salas de aula. Além da ocupação dos alunos, os professores do estado aprovaram em assembleia em Curitiba, na quarta-feira (12), uma greve geral que deve ser iniciada na próxima segunda-feira (17).
Na terça-feira (11), o governador Beto Richa (PSDB) se manifestou em vídeo divulgado pela Seed. “Quero me dirigir aos estudantes das escolas públicas do Paraná, a todos os professores, pais e mães que estão aflitos com a situação criada após a edição da medida provisória; todos concordamos que essa medida precisa ser amplamente debatida antes de ser implantada. É preciso ouvir opiniões, debater as propostas, identificar as divergências e construir as soluções”, afirmou. “No nosso estado, os estudantes que ocupam escolas precisam saber que estamos abertos ao diálogo, ao debate e às boas ideias para construir uma reforma que realmente traga mais qualidade ao ensino médio e abra novas perspectivas para a nossa juventude.”
Nesta quarta, em coletiva de imprensa, Matheus dos Santos, presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), disse que conversou com o governador do estado sobre a situação. Segundo ele, Richa teria afirmado que nenhuma escola seria reintegrada por medida judicial. Nessa semana, o governo do estado perdeu as três primeiras tentativas de reintegração – em Ponta Grossa e Londrina.
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