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Pai presente melhora nota do filho

Laudenice Silva com a filha Alana, 9 anos: mãe leva e busca a menina na escola, e tem a oportunidade de conversar com os professores, que nunca reclamam da aluna | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Laudenice Silva com a filha Alana, 9 anos: mãe leva e busca a menina na escola, e tem a oportunidade de conversar com os professores, que nunca reclamam da aluna (Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo)
Veja algumas dicas para ajudar no rendimento de seus filhos |

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Veja algumas dicas para ajudar no rendimento de seus filhos

Se o problema de escolher a melhor escola já foi superado, outra preocupação dos pais, com a volta às aulas, é saber como estimular seus filhos nos estudos – uma preocupação pertinente, já que a participação dos pais na vida escolar dos filhos é tão importante quanto a definição da escola. A afirmação dos especialistas da área da educação é reforçada por pesquisas que mostram que ter os pais por perto pode elevar as notas dos estudantes entre 15% e 20%. "Mas não basta só acompanhar. É necessária uma ação concreta. Os pais precisam trabalhar a educação dos filhos com a escola", ressalta o coordenador do curso de pós-graduação em Desen­volvimento Pessoal e Familiar do Instituto de Ensino e Fomento, Plínio Pessoa Filho.

Mãe de um rapaz de 20 anos e de Alana da Silva Cestaro, 9 anos, Laudenice Maria da Silva, 45 anos, faz questão de encontrar uma brecha em seu dia a dia ocupado e levar e buscar a filha na escola todos os dias. Assim, aproveita para conversar com a professora. Ela não falta às reuniões de pais, sempre participa dos eventos promovidos pelo colégio, confere os deveres de casa da filha e não perde a oportunidade de buscar o boletim na escola para mais uma vez encontrar os educadores. A cabeleireira garante que nunca reclamaram de sua filha. "Vez ou outra as professoras dizem que ela pode melhorar ainda mais. Mas ela tira as melhores notas, se vira sozinha, quase nunca precisa de ajuda para fazer a lição", diz. Laudenice acredita que a sua participação fez diferença no rendimento escolar de Alana, que cursa a 4.ª série. Com menos tempo para acompanhar a vida escolar do filho mais velho, a mãe lembra que ele precisou de aulas particulares. "A presença dos pais deixa os filhos mais seguros e faz com que eles se interessem mais. Com a Alana percebo a diferença. Acho ela mais independente", explica.

Para a psicóloga do Núcleo Interdisciplinar de Dificuldade de Aprendizagem do Centro de Neuropediatria do Hospital de Clínicas (HC) Maria Eliana Lutfi, os pais que agem como Laudenice ajudam seus filhos. "O pai não pode ir para a escola só quando o filho está mal. Valorizar o espaço escolar propicia a discussão", considera. Especialista em Neuropsicologia, Maria Eliana aconselha os pais a conhecer tanto a formação cognitiva quanto o desenvolvimento social dos filhos e ainda identificar as habilidades específicas das crianças.

De acordo com ela, na escola os pais terão oportunidade de saber como seus filhos se comportam entre os seus colegas e amigos e como eles se relacionam com os professores e a hierarquia desse ambiente. "Os pais vão interferir nas lacunas da escola falando sobre questões éticas e sociais. Se não há como impedir o filho de assistir ao Big Brother, vale a pena discutir os valores que o programa passa, por exemplo", diz. Por meio desse diálogo, explica a psicóloga, o conhecimento e o desenvolvimento da criança acontecem naturalmente e sua formação será mais crítica.

Acomodação

Mestre em Educação, o psicólogo Marcos Meier cita uma pesquisa norte-americana para lembrar que a maioria dos pais não acompanha os filhos como deveria. Segundo ele, apenas 30% dos pais oferecem aquilo de que os filhos precisam e cobram o que é necessário. Meier lembra que é preciso equilíbrio entre a exigência e a satisfação da necessidade dos filhos para que a criança atinja a autonomia, como Alana conseguiu. O psicólogo explica que, se os pais dão tudo o que a criança quer, dentro da escola ela vai esperar que os professores ajam da mesma forma: que lhe deem o conhecimento sem que ele precise fazer o menor esforço. Por outro lado, o pai que não acompanha o filho, mas é exigente demais também vai prejudicar seu desempenho. "O aluno vai ficar com a autoestima baixa, fará o mínimo que pode porque não terá motivação", afirma.

Neste sentido, o psicólogo ressalta que a "alfabetização emocional" é fundamental para que a criança amadureça. Os pais precisam explicar os sentimentos e emoções para que os filhos comecem a compreendê-los e identificá-los, e assim aprendam a reagir às situações. "Com maturidade, a criança entende a bronca de uma professora, resiste melhor às frustrações, percebe a dimensão do trabalho, da dedicação e da responsabilidade. Já o adolescente imaturo e mimado não assume a responsabilidade pelo seu problema", afirma. A recomendação de Meier é que os pais elogiem as pequenas conquistas como uma nota boa, mas também cobre – dizendo, por exemplo, como ele pode melhorar na lição de casa.

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