Serviço
Inscrições
Os ingressos para a palestra de Rosely Sayão custam R$ 30 ou R$ 100 e são limitados. Interessados em participar do evento, às 19h30 de hoje, devem ligar para (41) 3078-6933 para consultar a disponibilidade de vagas. A palestra é direcionada a pais e educadores.
Os pais não devem subestimar a influência que exercem sobre os filhos, inclusive quando eles estão na adolescência e aparentam não ouvir nada do que lhes dizem. Essa é a opinião da psicóloga e consultora em educação Rosely Sayão. Para ela, conversas francas e frequentes sobre qualquer assunto é a melhor alternativa que os pais têm de levar os filhos a fazerem boas escolhas, desde a participação em protestos de rua até o conteúdo que veem nas redes sociais.
Com cerca de 30 anos dedicados a temas educacionais, Rosely é autora de diversas obras ligadas à criação dos filhos e é colunista do jornal Folha de S. Paulo e da rádio BandNews FM. Hoje, às 19h30, ela estará no pequeno auditório do Teatro Positivo, onde falará sobre "A nova família e o papel da escola nesta realidade". O evento é promovido pela BandNews FM em parceria com o Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR) e prefeitura de Curitiba.
Você vem a Curitiba para falar sobre a nova família e o papel da escola nesse contexto. O que você chama de nova família?
São as muitas configurações que a família tem ganhado há algum tempo, mas eu não pretendo focar nesses novos desenhos familiares. Quero falar principalmente nas atuais formas de pais e filhos se relacionarem. Hoje, convive-se em família de modo muito diferente do modo como se fazia há 30 ou 40 anos e essa diferença, naturalmente, também afeta o modo como os pais se relacionam com a escola dos filhos. Esta, em especial, me parece uma relação bastante delicada e problemática. Aqui no Brasil, repetem-se muitos bordões sobre o assunto, mas faltam soluções para esse contato.
Você se refere à falta de acompanhamento dos pais na atividade escolar dos filhos?
É mais do que isso. Sei de muitas organizações no país que estimulam a aproximação das famílias com as escolas, mas ainda se reflete pouco sobre essa relação, seus limites e nuances. É um problema vivido tanto na escola pública como nas particulares. Sobre esse assunto, o Brasil tenta reproduzir a cultura norte-americana, mas na Europa o relacionamento entre pais e escola é diferente. Acho que eles problematizam mais a questão.
Mudando de assunto, queria uma opinião sobre a ação das famílias diante das manifestações de rua. Diante do fascínio dos jovens sobre o tema, o que os pais devem fazer? Proibir a participação dos filhos por causa da violência ou deixar que eles vivam o momento e protestem como cidadãos?
Sugiro, antes de tudo, que pais e filhos conversem sobre o assunto. Não dá para esconder o que está acontecendo e é importante que o adolescente pense no seu papel diante daquilo. Na prática, é muito difícil impedir um adolescente de fazer qualquer coisa. Se ele quer e você proibir, é bem possível que ele faça escondido. Agora, se o adolescente está entusiasmado com os protestos, será que está claro o que exatamente ele quer ao participar desses atos? Eu conheço adolescentes que têm participado das manifestações com muita clareza e outros que vão só para se divertir, como se fosse mais um rolezinho. Por isso, é preciso ouvi-los, dialogar e até confrontá-los com as ideias que estão embutidas no próprio ato de protestar. Em geral, os pais conhecem mais aquilo que ensinam aos filhos do que aquilo que os filhos realmente pensam e essa pode ser uma boa oportunidade para conhecê-los melhor.
Muitos desses protestos são combinados via Facebook e fiscalizar o perfil dos filhos na rede é uma tentação para muitos pais. Qual seria a forma mais sadia de conviver em família nas redes sociais?
Com discrição. Eu tenho visto mães dando bronca nos filhos pelas redes sociais e isso gera um constrangimento enorme, uma exposição desnecessária. É sempre muito arriscado expor problemas familiares ou da vida privada dos filhos em público. O modo mais seguro de se conviver bem nas redes sociais é conviver bem na vida real, deixando claro para os filhos quais são os valores que a família preza.
Há alguns anos era possível controlar o acesso dos filhos à internet, mas hoje você acessa a rede de qualquer lugar, com smartphones, tablets. Diante disso, você acha que há uma idade ideal para que pais presenteiem os filhos com esses aparelhos?
Eu não posso dizer se há uma idade ideal. Isso depende muito do que a família considera adequado. Para alguns, é aos 6 anos; para outros, com 16 ou até 18. Mas, honestamente, eu não vejo muita diferença entre as possibilidades de conteúdo inapropriado disponíveis nas novas mídias e aquilo que a tevê mostra faz tempo, desde o noticiário violento até a pornografia. Acho que todo conteúdo pode ser usado para mediar uma boa conversa.
A formação dada aos filhos, então, seria a melhor alternativa diante de qualquer uma das novas possibilidades virtuais?
Formação dada aos filhos não é vacina contra nada, mas é a melhor chance que os pais têm de ajudar os filhos a fazerem boas escolhas. Proibições, em geral, não vão impedir que eles sigam caminhos muito diferentes daqueles que gostaríamos. Acho que os pais subestimam a influência que exercem sobre os próprios filhos e é preciso lembrá-los sempre da diferença que fazem. Uma pesquisa recentemente publicada nos Estados Unidos perguntou para adolescentes quem eram seus ídolos e, para a surpresa de muitos, os pais apareceram em primeiro lugar. Os professores em segundo. Isso mostra que, embora no convívio diário eles pareçam odiar pais e professores, há muito reconhecimento ali e, se a relação for sadia, no futuro isso tende a crescer.
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