Pais podem ser punidos

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A promotora do Ministério Público Estadual Hirmínia Durigan de Matos Diniz, coordenadora do Centro de Apoio às Promotorias de Educação, afirma que é responsabilidade dos pais manter seus filhos na escola. Ela explica que os pais podem responder por crime de abandono intectual se deixarem seus filhos de 4 a 17 anos sem estudar. "A intenção não é chegar ao ponto de punir os pais, mas mudar o contexto da educação. Se a criança for bem recebida desde a pré-escola, será um adolescente que dá valor aos estudos e os pais não precisarão obrigá-la a frequentar a escola", diz.

Para a dona de casa Erenilda Batista, 48 anos, esse ponto é polêmico, pois ela insistiu muito para que seu filho Guilherme, 20 anos, voltasse a estudar. Após reprovações, ele abandonou os estudos na 7ª série do ensino fundamental, com 15 anos de idade. "Briguei e brigo muito com ele, mas até hoje não sei o que fazer para que ele volte a estudar", diz. Erenilda acredita que o fato de ela mesma ter deixado a escola aos 16 anos, na 8ª série, seja um desestímulo ao seu filho. Mas a mãe se arrependeu e retomou os estudos há 17 anos. Frequentou o ensino regular e fez um técnico em segurança do trabalho. "Se não tivesse parado de estudar, estaria mais equilibrada profissionalmente. Mas ainda sonho em fazer faculdade de engenharia civil", diz.

Na opinião do coordenador do Movimento Todos Pela Educação, Mozart Ramos, não é necessário ter uma lei que obrigue o jovem frequentar o ensino médio. "Não há motivação nem autoestima para fazer o ensino médio. É preciso uma escola que o prepare seja para a universidade ou mercado", diz. Para Ramos, além da mudança do modelo do ensino médio, é preciso ficar atento com a formação dos professores. "O outro desafio é fazer um currículo atraente. Não adianta ser um amontoado de disciplinas sem o arcabouço para a informação, sem articulação tecnológica e integração profissional", afirma.

A secretária do MEC explica que já existem políticas concretas para a formação de docentes, como a Universidade Aberta do Brasil (UAB) que tem 111 mil alunos inscritos.