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Atividades extras

Pais também devem se comprometer

O comprometimento com as atividades extracurriculares deve vir também dos pais. Segundo a psicopedagoga Jocian Machado Bueno, é importante que o curso caiba na logística da família, que precisa arrumar tempo para levar e buscar as crianças. "A família só deve oferecer uma atividade ao estudante se puder cumprir o compromisso. Às vezes o pai muda de trabalho e a primeira coisa que abandona é o sonho do filho", alerta.

Segundo o supervisor do Núcleo de Atividades Complementares do Colégio Marista Paranaense, Fernando Knaipp Junior, alguns pais matriculam o filho em atividades de que ele não gosta apenas porque o curso é ofertado em um horário cômodo para a família. "Procuramos orientar os pais para que, dentro de sua disponibilidade de horário, deixem a criança fazer a opção", diz.

Matricular a criança em várias atividades apenas para que ela não fique sozinha em casa também pode ter efeito negativo. "Na adolescência, a criança pode não querer fazer mais nada, porque a recordação que tem não é nada prazerosa, Já ouvi de um adolescente que as atividades o lembravam de que o pai não tinha tempo para ele", afirma.

Outra situação comum é o pai projetar um desejo que é seu no filho. Hoje, Juliana Milward Diório tem 25 anos, mas na infância enfrentou problemas com a mãe e o balé. Liane de Macedo Milward conta que todos os pais colocavam as filhas no curso, por isso sugeriu a dança para a filha.

No início, Juliana concordou, mas com o tempo percebeu que não levava mesmo jeito para a atividade. "Um dia ela me perguntou se eu gostava de balé. Eu disse que achava lindo e ela me respondeu: então porque você não faz? Naquele dia não tive mais como mandá-la para as aulas", diz. Julaina ainda tentou outras modalidades de dança, como street dance e sapateado, mas na adolescência abandonou a atividade por completo.

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