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Valores

Papai Noel não pode dar tudo

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As listas de presentes de Natal das crianças são enormes e aumentam a cada propaganda de tevê. Diante de tantos apelos, não resta muita alternativa aos pais: ou cedem e, dependendo do preço, até parcelam o agradinho em suaves prestações, ou dizem não e compram uma briga em plena época natalina. Como nenhum pai quer ver os filhos tristes, o fim da história é quase sempre o mesmo: sacolas cheias de brinquedos.

Para a psicopedagoga Evelise Portilho, em vez de sempre ceder os pais poderiam aproveitar a oportunidade para discutir valores importantes. "Vivemos em uma sociedade consumista e, tanto os adultos quanto as crianças, reforçam a ideia de que comprar é o que importa nesta época."

Os filhos seguem os exemplos dos pais e também são influenciados por propagandas e coleguinhas. "É preciso buscar os valores originais. Qual a intenção do presente? Qual o valor da troca e do reconhecimento? Os adultos devem discutir isso em casa", diz Yara Faria do Amaral, diretora pedagógica da Escola Palmares.

Em toda essa negociação, o diálogo passa a ser a palavra de ordem. "Dá para preparar a criança para o fato de que ela vai ganhar algumas coisas de que vai gostar e outras nem tanto", diz Yara. Também é indicado que os adultos deixem clara a situação financeira da família e o que será possível comprar dentro dos limites. "O importante é ela entender que não tem e nunca vai ter tudo. Isso é necessário para que ela crie uma consciência sobre suas próprias vontades e limitações", afirma Evelise.

Além disso, a dificuldade de dizer não tem de ser superada. "Não é preciso ter medo de chatear. Saber dizer não é muito mais importante do que dizer sim. Os pais devem compensar com conversa, atenção, carinho e brincadeiras", afirma Flávia Rubick, coordenadora educacional do Colégio Expoente, unidade Água Verde.

Competição em família

Na entrega de presentes, uns sempre ganham mais e outros menos. De acordo com Evelise, é natural que as crianças percebam essas diferenças e que fiquem chateadas. Nesse caso, o diálogo até pode ajudar, mas nem sempre resolve. "Se for em família, os adultos podem combinar antes quantos presentes vão dar ou como vai ser a entrega. A competição nem sempre acontece primeiro entre as crianças. Às vezes começa entre os próprios adultos."

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Interatividade

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