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pós-graduação

Paraná atrai mais mestres e doutores do que exporta

 | Antônio More 
 / Arquivo Gazeta do Povo
(Foto: Antônio More / Arquivo Gazeta do Povo)

O Paraná ficou com o saldo positivo na migração de mestres e doutores por estados nos últimos 20 anos, segundo pesquisa realizada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). O estado recebeu muitos mais titulados em mestrado e doutorado do que exportou.

Em 2014, o Paraná tinha o registro de 9 mil doutores empregados no estado, dos quais apenas 3,4 mil receberam o título em instituições paranaenses. A maior parte deles, 5,6 mil doutores, veio de outros estados, dos quais 4 mil (72%) de origem em São Paulo. Ao mesmo tempo, o Paraná exportou 26% dos doutores titulados no estado entre 1996 e 2014, de 4,6 mil saíram do estado 1,2 mil.

A pesquisa apontou que a taxa de mestres e doutores empregados no país se manteve estável entre 2009 e 2014, cerca de 66% e 75%, respectivamente

A diferença é menor em relação aos mestres, mas o Paraná ainda sai ganhando. Em 2014, o Paraná havia exportado 3,9 mil mestres e recebido 4,8 mil, de titulados entre 1996 e 2014. A maior parte dos mestres titulados no Paraná que saíram do estado migraram para São Paulo (1,1 mil).

A mobilidade, segundo os autores da pesquisa, se dá principalmente por motivos acadêmicos. Apesar de o estudo demonstrar um pequeno aumento da atuação de mestres e doutores no setor empresarial, a proporção não passa de um terço na maior parte das áreas que mais contratam esses profissionais, explica o diretor do campus Curitiba da UTFPR Cezar Augusto Romano, mestre e doutor em Engenharia de Produção. “De uma forma geral, no Brasil ainda não é forte a cultura de empresas contratarem mestres e doutores e esses profissionais acabam indo para as academias”, disse.

Essa migração também se explica com a expansão das universidades públicas para o interior dos estados nos últimos anos e das vagas para atuar nessas instituições. “Alguém pode ter se formado no Sul, mas se abrir concurso na Federal de Pernambuco, ele vai para lá”, exemplifica Romano.

Desempregados

A pesquisa do CGEE apontou que a taxa de mestres e doutores empregados no país se manteve estável entre 2009 e 2014, cerca de 66% e 75%, respectivamente. A proporção de mestres e doutores empregados em cada grupo de mil pessoas com emprego formal no Brasil cresceu de 4,5 mestres e 1,8 doutores para 5,9 mestres e 2,6 doutores.

A quantidade de mestres e doutores empregados em empresas estatais e privadas aumentou mais do que a de pessoas inseridas no emprego formal. Em 2014, a taxa de crescimento de mestres profissionais nesse setor era de 16%, de mestres acadêmicos 6,5% e de doutores 10,5%, enquanto que o acréscimo no emprego formal foi de apenas 1,5%.

Para chegar a esses números, os pesquisadores acessaram bases de dados da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e da RAIS, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

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