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Enquanto alunos e professores do curso de Pedagogia se manifestavam durante toda a quarta-feira no país inteiro contra um projeto de resolução do Conselho Nacional da Educação (CNE), que propõe a extinção da profissão do pedagogo, uma reunião em Foz do Iguaçu, Oeste do estado, definia a posição do Paraná frente a resolução.

Segundo informações da coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Paraná (UPPR), Maria Madselva Seiges, presente na reunião, o texto que será enviado para o CNE até esta sexta-feira (15), com posicionamento do estado, está baseado em quatro alicerces: desconsideração a produção histórica realizada pelos educadores; desrespeito causado pela fragmentação da licenciatura e bacharelado; o pedido de retirada desta resolução da pauta do Conselho; e a realização de audiências públicas.

Madselva salientou a mobilização maciça das universidades federais, estaduais e particulares, e comentou que "de forma unânime os presentes rejeitaram o projeto de resolução em sua totalidade". A coordenadora ainda disse que nesta quinta não haverá aula de pedagogia em nenhuma universidade estadual do Brasil. "A manifestação trouxe inquietação tanto para alunos quanto para professores, e amanhã (14/04) nenhum aluno do curso assistirá aula", confidenciou.

PresentesAlém das universidades, paraticiparam da reunião: Sindicato dos Professores de Curitiba, a Secretaria de Educação do Paraná, representantes do Conselho Estadual de Educação, a Associação Nacional para Formação de Professores (ANFOPE) e representantes da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia.

Manifestações no ParanáEm Curitiba a mobilização começou cedo na quarta-feira. Por volta de 10h cerca de 100 alunos e professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e outras universidades privadas fecharam, por cerca de 30 minutos, as esquinas das ruas Marechal Deodoro e Marechal Floriano Peixoto, de mais intenso tráfego no centro da cidade. Houve um princípio de desentendimento quando motoqueiros tentaram furar o bloqueio, mas, segundo o tenente Mauro Sérgio da Polícia Militar, a manifestação foi pacífica.

À noite, outra manifestação, começou a partir das 19 horas, na Praça Santos Andrade e também percorreu algumas ruas do centro da cidade, paralisando o trânsito. Segundo A Polícia Militar, cerca de 200 pessoas participaram e tudo correu pacificamente.

Minas GeraisNa capital, Belo Horizinte, também houve manifestação. Segundo a representante da Executiva Mineira de Estudantes de Pedagogia, Carolina Figueiredo de Sá, cerca de 120 estudantes e professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Estadual (UEMG) e outras particulares, pararam o trânsito da Avenida Afonso Pena, a principal no Centro da capital. "Fomos para às ruas com faixas, bandeiras e carro de som mostrando nossa indignação com esse projeto", afirma. Depois de percorrer as principais vias de Belo Horizonte os manifestantes se concentraram na Praça Sete de Setembro para ato público.

Rio Grande do NorteEm Natal as manifestações nesta quarta foram mais contidas. Segundo informações da representante da Executiva Nacional de Natal, Érika Danielle Gomes de Sena, os futuros pedagogos percorreram às salas de aula mobilizando e promovendo debate sobre a resolução com os alunos. "Convocamos todos os alunos de pedagogia para nesta quinta virem todos vestidos de preto, simbolizando o enterro do curso, caso o projeto sejá validado", revelou a representante.

São PauloAssim como em Natal, a mobilização e o debate sobre o projeto de resolução foram as formas de protesto dos alunos da Universidade de Campinas, Unicamp. "Os alunos do curso de pedagogia não assistiram aula e não está descartado manifestações mais barulhentas nesta quinta", conta Marina Bonsch do Centro Acadêmico da instituição.

ParáEm Belém as mobilizações começaram já na semana passada e se intensificaram nesta quarta. O representante da Executiva Nacional dos Estudantes de Pedagogia, Fabrício Rocha de Souza Leite, afirmou que os Centros Acadêmicos da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Estadual do Pará (UEPA), percorreram às salas de aula do curso convocando os alunos para debater o assunto. Para Fabrício deveria haver uma discussão maior sobre a resolução. "Eles querem resolver algo de supra importância em um mês e pela internet", esbravejou o representante.

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