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Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa passou do conceito 4, no último Enade, para 5 neste ano | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa passou do conceito 4, no último Enade, para 5 neste ano| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Públicas se saem melhor

As instituições públicas tiveram desempenho superior às privadas nos resultados do Enade divulgados ontem. Dos 1.494 cursos públicos analisados no Brasil, 179 ficaram com notas 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPP) e receberão vistoria do MEC. Entre os privados, foram 1.745 no total para 329 com a mesma performance ruim.

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Ponta Grossa - Entre os sete cursos de instituições paranaenses que conquistaram nota máxima no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), três são da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o que coloca a instituição como a melhor do estado. A universidade também figura na lista dos 25 melhores cursos de graduação do país com Agronomia, Farmácia e Odontologia, que obtiveram conceito 5 no Enade.

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Brasília - Sete cursos de instituições públicas do Paraná estão entre os 25 de todo Brasil que atingiram nota máxima no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que avalia a qualidade do ensino superior. Seis deles são de três universidades estaduais – Ponta Grossa (Agronomia, Farmácia e Odontologia), Londrina (Enfermagem e Farmácia) e do Oeste (Farmácia) – e um da Universidade Federal do Paraná (Terapia Ocupacional). O estado só ficou atrás de Minas Gerais, com oito cursos entre a elite.

Os dados foram coletados em 2007 e divulgados ontem em Brasília pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. O levantamento é parcial e acompanhou 3.239 cursos, 271 no Paraná. Eles englobam 16 áreas de conhecimento: Agronomia, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional, Zootecnia, Biomedicina, Tecnologia de Radiologia e Tecnologia em Agroindústria. O resultado das demais áreas, a começar pelos cursos de engenharia, deve ser divulgado até o fim de 2008.

Diferente de anos anteriores, a avaliação dos cursos superiores foi dividida em três critérios: nota do Enade (teste obrigatório aos alunos ingressantes e concluintes), Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (índice que atesta quanto a instituição agregou ao aluno) e o Conceito Preliminar do Curso (critério novo dividido em 40% da nota do Enade, 30% do IDD e 30% da avaliação dos professores e da instituição, feita pelos estudantes). Os quesitos e a nota final são medidos de 1 a 5. Apenas 0,77% dos cursos avaliados conseguiram três notas 5, incluindo os sete paranaenses. "O bom resultado das nossas universidades é fruto de uma política de investimentos de longo prazo", comemorou a secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto.

Segundo ela, o orçamento anual da pasta está em R$ 1,1 bilhão e cresceu 75% nos últimos seis anos. Do valor total, cerca de R$ 150 milhões são aplicados em infra-estrutura e melhoria de equipamentos das cinco universidades estaduais. As instituições tiveram 54 cursos avaliados – 27 apresentaram notas entre 4 e 5; 20 ficaram com nota 3 e apenas dois tiveram desempenho entre 1 e 2. Outros cinco ficaram sem conceito porque são novos e ainda não têm estudantes concluintes, o que interfere nos cálculos do Enade.

Piores

Haddad explicou que apenas os cursos com notas 1 e 2 no quesito Conceito Preliminar de Curso (CPP) receberão visitas in loco do MEC nos próximos meses. A idéia é nova e restringe a análise detalhada às instituições em pior situação. "Será um trabalho de educação para melhorar as condições desses cursos. Só se preocupa realmente com a avaliação quem não faz um bom trabalho", afirmou o ministro. As instituições com cursos que tiveram notas 3 e 4 podem questionar a avaliação, mas se não reclamarem terão a classificação mantida. Apesar do tom pacífico, há a possibilidade de fechamento dos mal avaliados. "Queremos estabelecer termos de compromisso de melhora, mas não deixaremos de ser rigorosos", disse o secretário de educação superior do MEC, Ronaldo Mota.

Na ponta de baixo do ranking de avaliação aparecem sete cursos com nota 1 nos três quesitos – nenhum deles no Paraná. Entretanto, o estado tem 29 cursos com nota 2 no CPP. Todos serão visitados pelo MEC e correm risco de serem descredenciados ou fechados.

A instituição com pior desempenho entre as 52 avaliadas no estado foi a particular Universidade Paranaense (Unipar). Dos 25 cursos da escola, oito serão vistoriados porque tiveram nota 2 no CPP. Nenhum teve avaliação entre 4 e 5.

Já a Universidade Estadual de Londrina (UEL), foi destaque tanto positivo quanto negativo da classificação. Os cursos de Medicina e Serviço Social tiveram nota 2 no CPP. O resultado, entretanto, não chegou a provocar um susto na diretoria da instituição. De acordo com a diretora de Avaliação da Pró-Reitoria de Planejamento da UEL, Rosângela Zanetti, houve um boicote dos alunos em ambos os casos. "Eles erraram de propósito porque são contra a avaliação, em parte por obediência a setores do movimento estudantil nacional." No caso dos estudantes de Medicina, o protesto também esteve relacionado à data da prova, que teria ocorrido na véspera do teste para residência médica da universidade.

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