Públicas se saem melhor
As instituições públicas tiveram desempenho superior às privadas nos resultados do Enade divulgados ontem. Dos 1.494 cursos públicos analisados no Brasil, 179 ficaram com notas 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPP) e receberão vistoria do MEC. Entre os privados, foram 1.745 no total para 329 com a mesma performance ruim.
Melhor do estado, UEPG comemora
Ponta Grossa - Entre os sete cursos de instituições paranaenses que conquistaram nota máxima no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), três são da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o que coloca a instituição como a melhor do estado. A universidade também figura na lista dos 25 melhores cursos de graduação do país com Agronomia, Farmácia e Odontologia, que obtiveram conceito 5 no Enade.
Terapia Ocupacional, nota máxima do Enade, é um dos cursos mais novos da UFPR
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Brasília - Sete cursos de instituições públicas do Paraná estão entre os 25 de todo Brasil que atingiram nota máxima no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que avalia a qualidade do ensino superior. Seis deles são de três universidades estaduais Ponta Grossa (Agronomia, Farmácia e Odontologia), Londrina (Enfermagem e Farmácia) e do Oeste (Farmácia) e um da Universidade Federal do Paraná (Terapia Ocupacional). O estado só ficou atrás de Minas Gerais, com oito cursos entre a elite.
Os dados foram coletados em 2007 e divulgados ontem em Brasília pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. O levantamento é parcial e acompanhou 3.239 cursos, 271 no Paraná. Eles englobam 16 áreas de conhecimento: Agronomia, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Serviço Social, Terapia Ocupacional, Zootecnia, Biomedicina, Tecnologia de Radiologia e Tecnologia em Agroindústria. O resultado das demais áreas, a começar pelos cursos de engenharia, deve ser divulgado até o fim de 2008.
Diferente de anos anteriores, a avaliação dos cursos superiores foi dividida em três critérios: nota do Enade (teste obrigatório aos alunos ingressantes e concluintes), Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (índice que atesta quanto a instituição agregou ao aluno) e o Conceito Preliminar do Curso (critério novo dividido em 40% da nota do Enade, 30% do IDD e 30% da avaliação dos professores e da instituição, feita pelos estudantes). Os quesitos e a nota final são medidos de 1 a 5. Apenas 0,77% dos cursos avaliados conseguiram três notas 5, incluindo os sete paranaenses. "O bom resultado das nossas universidades é fruto de uma política de investimentos de longo prazo", comemorou a secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto.
Segundo ela, o orçamento anual da pasta está em R$ 1,1 bilhão e cresceu 75% nos últimos seis anos. Do valor total, cerca de R$ 150 milhões são aplicados em infra-estrutura e melhoria de equipamentos das cinco universidades estaduais. As instituições tiveram 54 cursos avaliados 27 apresentaram notas entre 4 e 5; 20 ficaram com nota 3 e apenas dois tiveram desempenho entre 1 e 2. Outros cinco ficaram sem conceito porque são novos e ainda não têm estudantes concluintes, o que interfere nos cálculos do Enade.
Piores
Haddad explicou que apenas os cursos com notas 1 e 2 no quesito Conceito Preliminar de Curso (CPP) receberão visitas in loco do MEC nos próximos meses. A idéia é nova e restringe a análise detalhada às instituições em pior situação. "Será um trabalho de educação para melhorar as condições desses cursos. Só se preocupa realmente com a avaliação quem não faz um bom trabalho", afirmou o ministro. As instituições com cursos que tiveram notas 3 e 4 podem questionar a avaliação, mas se não reclamarem terão a classificação mantida. Apesar do tom pacífico, há a possibilidade de fechamento dos mal avaliados. "Queremos estabelecer termos de compromisso de melhora, mas não deixaremos de ser rigorosos", disse o secretário de educação superior do MEC, Ronaldo Mota.
Na ponta de baixo do ranking de avaliação aparecem sete cursos com nota 1 nos três quesitos nenhum deles no Paraná. Entretanto, o estado tem 29 cursos com nota 2 no CPP. Todos serão visitados pelo MEC e correm risco de serem descredenciados ou fechados.
A instituição com pior desempenho entre as 52 avaliadas no estado foi a particular Universidade Paranaense (Unipar). Dos 25 cursos da escola, oito serão vistoriados porque tiveram nota 2 no CPP. Nenhum teve avaliação entre 4 e 5.
Já a Universidade Estadual de Londrina (UEL), foi destaque tanto positivo quanto negativo da classificação. Os cursos de Medicina e Serviço Social tiveram nota 2 no CPP. O resultado, entretanto, não chegou a provocar um susto na diretoria da instituição. De acordo com a diretora de Avaliação da Pró-Reitoria de Planejamento da UEL, Rosângela Zanetti, houve um boicote dos alunos em ambos os casos. "Eles erraram de propósito porque são contra a avaliação, em parte por obediência a setores do movimento estudantil nacional." No caso dos estudantes de Medicina, o protesto também esteve relacionado à data da prova, que teria ocorrido na véspera do teste para residência médica da universidade.
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