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Intercâmbio

Passaporte carimbado para ajudar os outros

Vanessa Teixeira passou 35 dias na África do Sul trabalhando em uma reserva que cuida de felinos | Walter Alves / Gazeta do Povo
Vanessa Teixeira passou 35 dias na África do Sul trabalhando em uma reserva que cuida de felinos (Foto: Walter Alves / Gazeta do Povo)
Gabriela Diniz decidiu cursar Biologia depois de passar seis meses na Irlanda ajudando crianças com deficiência física |

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Gabriela Diniz decidiu cursar Biologia depois de passar seis meses na Irlanda ajudando crianças com deficiência física

Imagine juntar a experiência de uma viagem internacional – conhecendo outros lugares e culturas – com um trabalho voluntário, no qual, além de ajudar alguém, pode incrementar o currículo e abrir portas para novas oportunidades de trabalho. Esses são os principais objetivos do intercâmbio de voluntariado, uma modalidade que tem ganhado espaço no Brasil.

A ideia é ir para outro país para prestar serviços específicos, como ajudar crianças deficientes em tarefas diárias, ensinar inglês a comunidades carentes e excluídas socialmente, cuidar de animais em reservas ou acompanhar e dar atenção a idosos. De quebra, é possível aprender outra língua e aprimorar o inglês, já que é exigido pelo menos o nível intermediário. "Para pegar fluência em outro idioma, é preciso pelo menos três meses", explica a psicóloga e orientadora de intercâmbio Gabriela Diniz.

As agências costumam ter programas desse tipo em qualquer período do ano e a duração varia de duas semanas a um ano. O valor é proporcional à duração e geralmente inclui passagem aérea, alojamento e pelo menos duas refeições por dia.

Hora certa

Embora não tenha restrição de formação nem de idade – apenas ser maior de 18 anos –, a maioria dos intercambistas é formada por universitários. "Eles querem ganhar experiência que auxilie na sua formação. Mas isso não significa que só fazem [atividades] na sua área. O que conta é o conjunto, não só conhecimento técnico", explica o coordenador de intercâmbio da Central de Intercâmbio, Rodrigo Tremura Turmina.

Quem participa de uma viagem de voluntariado volta, segundo especialistas, com algumas características valorizadas em grandes empresas, como flexibilidade e capacidade de trabalhar em equipe. Além disso, o estudante passa a observar o mundo por outro ângulo, levando em conta as diferenças culturais.

Foi assim que a bióloga Vanessa Teixeira se sentiu ao voltar da África do Sul, depois de ficar 35 dias no "Lion Park", uma reserva que cuida de leões e outros felinos. Ela decidiu fazer o intercâmbio porque queria ganhar experiência na área em que pretende trabalhar. Lá, ela cuidava para que os turistas não alimentassem ou machucassem os animais, além de fazer curativos e dar remédios aos que precisavam. "Foi uma experiência extraordinária. Nunca me senti tão feliz na vida. Se pudesse, trabalharia lá para sempre", conta.

Assim como Vanessa, Gabriela Diniz também teve uma experiência que mudou sua vida. A então estudante de Jornalismo decidiu cursar Psicologia depois de passar seis meses na Irlanda ajudando crianças com deficiência física a fazer tarefas do dia a dia. "Foi lá que eu me conheci melhor, percebi do que realmente gostava", diz. Ela alerta que em uma viagem dessas não sobra muito tempo para fazer turismo. O foco do viajante deve ser o trabalho e a aquisição de conhecimentos decorrentes dele.

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