Pastor Gilmar Santos e o ministro da Educação, Milton Ribeiro durante um culto.| Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O pastor Gilmar Santos, citado como um possível intermediador em um esquema de tráfico de influência dentro do Ministério da Educação (MEC), abriu uma faculdade e uma editora poucos dias antes de as denúncias envolvendo seu nome se tornarem públicas. As informações são do jornal O Globo. Conforme o jornal, documentos da Junta Comercial de Goiás mostram que o pastor registrou a Editora Cristo para Todos Limitada e Faculdade ITCT – Instituto Teológico Cristo Para Todos no dia 8 de março.

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Embora não seja crime a abertura da empresa em seu nome, chama a atenção o valor declarado como capital social. No caso da faculdade, o valor declarado foi de R$ 100 mil e da editora R$ 350 mil. Os endereços que constam como sendo da sede das empresas correspondem a unidades da Assembleia de Deus Cristo Para Todos, igreja comandada por Santos, nos municípios de Goiânia e Aparecida de Goiânia.

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Na página da faculdade, o ITCT se apresenta como “instituição de ensino teológico presencial e online com vistas a promoção do conhecimento bíblico-teológico com o propósito de formar líderes, obreiros e juventude cristã” e que seria “uma reconhecida instituição teológica com vasta tradição na formação de líderes para servirem ao reino de Deus”.

Por enquanto, é oferecido apenas o Curso Teológico para Pregadores e Vocacionados, na modalidade online. Não estão disponibilizadas informações sobre matrículas e valores de mensalidades. Também não há menção se o curso possui autorização ou reconhecimento do MEC. O site informa apenas que os cursos “são certificados pelo ITCT que tem como seu diretor geral, o prof. Dr. Gilmar Santos. Essa certificação é aceita para consagração de obreiros nas principais convenções”.

Gilmar Santos nega as acusações

O pastor Gilmar Santos publicou, na noite desta quarta-feira (23), uma nota oficial na qual nega sua participação na interlocução entre prefeitos e órgãos técnicos do MEC. Ele também negou que tenha influência sobre Milton Ribeiro e que tenha feito petições ao presidente Jair Bolsonaro.

“(...) Nunca houve de minha parte interferência nas relações institucionais do MEC para com os entes municipais, seja diretamente, com seus representantes legais, ou indiretamente, por delegatórios de qualquer ordem. Assim, também, é repugnante a fake news de que sou lobista e, com isso, atuaria no afã de receber verba pública, conforme noticiado em diversos veículos de comunicação”, diz.