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Pesquisa científica brasileira cresce, mas continua abaixo da média mundial

Acelerador de partículas do Instituto de Física da USP | Marcos Santos/USP imagens
Acelerador de partículas do Instituto de Física da USP (Foto: Marcos Santos/USP imagens)

Pode não parecer, mas a pesquisa feita nas universidades brasileiras tem crescido em quantidade e qualidade nos últimos anos. É a conclusão de um levantamento recente da consultoria Clarivate Analytics a pedido da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Levando em conta os dados mais recentes, de 2016, o Brasil é o 13º maior produtor de artigos científicos, entre Coreia do Sul e Holanda. Estados Unidos, China e Reino Unido lideram o ranking. 

Pessimistas e otimistas podem concluir que os dados provam suas teses: o Brasil continua abaixo da média mundial em termos de citação (a melhor forma de medir a relevância de um artigo). Por outro lado, o país melhorou entre 2011 e 2016: passou de 27% abaixo da média global para 12%. Nesse ritmo, de acordo com a Clarivate Analytics, o país alcançará a média mundial em 2021. 

Outro ponto a ser melhorado é a quantidade de artigos científicos de ponta, entre os 1% mais citados (hoje, 0,78% do total dessa categoria vêm do Brasil) e entre os 10% mais citados (6,32% oriundos do Brasil).  Nesse aspecto, o Brasil fica atrás de países com nível de desenvolvimento similar, como México e Argentina.

A Universidade de São Paulo aparece como principal produtora de pesquisa – com mais de 20% de tudo o que é produzido no Brasil. 

As áreas de destaque da pesquisa brasileira são a Clínica Médica (alta produtividade com excelência em algumas especialidades), Física e Ciências Espaciais (excelência em colaborações internacionais e financiamento doméstico de longo prazo) e Agronomia (produção elevada, mas com impacto internacional pequeno). 

O texto cita ainda que as áreas de Meio Ambiente/Ecologia, Psiquiatria/Psicologia têm potencial para alcançar uma posição de influênbcia internacional. A Matemática, por sua vez, tem um número pequeno de papers entre os 1% mais citados (0,54%), mas um percentual respeitável entre os 10% mais citados (8,27%). 

O estudo aponta que com apoio e recursos adequados, o Brasil tem a oportunidade de consolidar uma posição de relevância também nessas ciências.

Doutorados 

Um outro levantamento recente, publicado pela revista da Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo), chegou a conclusões semelhantes sobre o crescimento da pesquisa científica. 

Segundo a publicação, o número de matrículas de doutorado subiu 5,3%, e o de títulos concediso no ano aumentou 8,5% entre 2015 e 2016. O número passou de 18.996 para 20.603 em um ano. 

Os dados, divulgados em janeiro, mostram uma evolução contínua nessa área. A evolução foi praticamente idêntica  nas universidades púlbicas e nas particulares . 

As universidades paulistas foram responsáveis por 7.2525 doutorados concedidos em 2016, o que equivale a 35% do total do país. Em seguida, aparecem o Rio de Janeiro (2.594), Rio Grande do Sul (2.137), Minas Gerais (1.940) e Paraná (1.252). 

 Entre as instituições de ensino, a Universidade de São Paulo (USP) tem uma ampla vantagem (3.053 doutorados concedidos em 2016), seguida pela Unesp (1.211), a UFRJ (1.003), a Unicamp (988) e a UFRGS (973).

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