O governo federal vai investir R$ 10,1 milhões em pesquisas científicas na área de segurança pública nos próximos quatro anos. O investimento foi anunciado nesta quarta-feira (8) em uma coletiva com os ministros da Educação, Abraham Weintraub, e da Justiça, Sergio Moro. O objetivo das pastas é encontrar soluções tecnológicas para melhorar a segurança pública no Brasil, através de pesquisas de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
“O que estamos criando é uma linha nova de pesquisa para área de segurança pública”, afirmou Weintraub. Segundo o ministro, o programa conjunto dos ministérios tem o objetivo de buscar soluções para o problema da segurança. “Duvido que tenha uma família no Brasil em que a preocupação com a segurança não seja constante”, ressaltou.
“Claro que investimentos em segurança pública são demandados, construções são necessárias e é sempre bom contar com conhecimentos científicos sobre esses temas”, disse Moro. “É importante esse tipo de direcionamento para que tenhamos construção de estudos científicos relevantes para as políticas públicas que queremos desenvolver no governo federal”, completou o ministro.
Segundo o Ministério da Educação, as pesquisas vão auxiliar as forças de segurança no enfrentamento ao crime. Os estudos poderão traçar a origem das drogas e mapear redes do tráfico, identificar com precisão autoria de crimes, por meio de exames de DNA em objetos, pessoas, corpos carbonizados e vítimas de violência sexual, além de ajudar no mapeamento de lavagem de dinheiro por meio de inteligência artificial e combater crimes de corrupção, pedofilia e invasão de privacidade com o uso de rastreamento.
Um dos projetos que será beneficiado com bolsas de estudo pretende desenvolver tecnologias para serem usadas em blitz de trânsito, identificando se o motorista está sob efeito de drogas ilícitas. Também há estudos focados em crimes ambientais, em medicina legal e resposta a desastres.
Projeto integrado para propor soluções de segurança pública
Além do Ministério da Educação, o programa de bolsas de estudo vai envolver também órgãos do Ministério da Justiça, como Polícia Federal, Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad).
Os projetos selecionados poderão permanecer em pesquisa por até cinco anos e a PF vai permitir que os pesquisadores tenham acesso a dados estatísticos da corporação e a laboratórios já utilizados durante atividades policiais.
As bolsas para mestrado serão de R$ 1,5 mil; as de doutorado de R$ 2,2 mil e as de pós-doutorado de R$ 4,1 mil.
Dos R$ 10,1 milhões previstos para o projeto, R$ 6 milhões serão financiados pela Senasp ao longo de quatro anos, R$ 2,1 milhões pela Polícia Federal e outros R$ 2 milhões pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação.