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Imagem ilustrativa.| Foto: Unsplash.

As escolas brasileiras terão mais um indicador para medir a qualidade da educação nas redes de ensino pública e privada. Em novembro, será aplicado oficialmente no Brasil o exame “Pisa para Escolas” (Pisa-S). A proposta é apresentar o desempenho individual de cada colégio, em comparação com instituições de outros países que também estão no programa, para auxiliar gestores na tomada de decisões. A participação é voluntária e os dados estarão disponíveis apenas aos responsáveis de cada escola.

Coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Pisa-S é uma derivação do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), uma prova internacional aplicada a cada três anos pela OCDE, a estudantes de 15 anos, em mais de 70 países. No Brasil, o Pisa é realizado desde 2000 em parceria com o Inep, órgão do Ministério da Educação. Em sua última edição com resultados divulgados, o Brasil, comparado a 72 sistemas de ensino internacionais, ficou entre os piores: 63º lugar em ciências, em 59ª colocação em leitura e na 65ª posição em matemática.

As provas do Pisa-S serão aplicadas pela Fundação Cesgranrio, contratada pela OCDE para avaliar os alunos brasileiros em 2019 e 2020. Ao todo, 2,5 mil estudantes de 11 países já participam do exame. Em novembro, a prova será realizada em 300 escolas da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, em 40 escolas do Centro Paula Souza e em outras 32 escolas.

Os resultados serão divulgados desagregados e detalhados por colégio, não podendo ser reproduzidos sem autorização dos gestores.

“Esse Pisa-S é comparável aos realizados pelos países desenvolvidos. Mas, agora, com esses dados, vai ser possível comparar os resultados com outros países para saber como estão os seus alunos em escala mundial. O aplicado pelo Inep é de forma amostral e não informa às escolas os seus resultados”, comentou o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Ademar Pereira.

Somente com escolas privadas, a proposta é atingir 100 instituições das 15 mil existentes no Brasil. A próxima prova está marcada para março de 2020 e o resultado será enviado para cada instituição participante em até 90 dias. Diferentemente do que ocorre com o Pisa, a frequência do Pisa-S será maior, podendo ter mais de uma edição por ano.

“As escolas, com esses dados individuais, vão saber o que melhorar e verificar o aprendizado individual do aluno para desenvolver políticas públicas e processos pedagógicos. Do ponto de vista político, essa informação vai estar num nível comparável com outros países”, comentou Pereira.

Para aderir, o colégio deve possuir pelo menos 42 alunos com 15 anos, faixa etária contemplada pelo exame, independentemente do ano cursado no ensino fundamental ou médio.

Uma prova-piloto aconteceu em 2017, com 13 escolas particulares e 33 públicas, sendo 23 somente de Sobral, no Ceará. Na estratificação dos dados por instituição, o Pisa-S mostrou que, individualmente, determinados colégios têm resultados equivalentes ou superiores aos de países desenvolvidos.

O desempenho se apresentou diferente da nota média do Pisa coordenado pelo Inep, que divulga apenas uma média do resultado geral dos países e regiões participantes e as notas individuais por sistema escolar.

Provas

O conteúdo abrangido pelo Pisa-S é igual ao Pisa. As questões serão de múltipla escolha e dissertativas. Elas abordarão compreensão de texto, conhecimentos matemáticos, de ciências e habilidades socioemocionais.

Os estudantes vão responder a um questionário sobre o contexto escolar, como a relação entre as equipes pedagógicas e alunos e fornecerão dados socioeconômicos. As provas são aplicadas online, mas ainda sem conexão com a internet para garantir a lisura do processo.

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