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Sabatina

“Plantações de maconha são reflexo de consumo desenfreado nas universidades”, diz ministro

(Foto: GILMAR FELIX)

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, esteve na Comissão de Educação (CE) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (11), para prestar esclarecimentos sobre supostas plantações de maconha e tráfico de drogas em algumas universidades federais do país. Weintraub havia sido convocado pelos parlamentares no último dia 4.

No início da sessão, o deputado Marcelo Freixo (PSOL) disse que iria se retirar por não concordar com o tema do encontro. Sua sigla partidária, no entanto, foi uma das que convocou a presença do ministro na comissão.

"É um insulto aos educadores. Tem coisa mais séria, de gente mais séria, para ser ouvida. É um desrespeito tão profundo à educação que eu estou me retirando. É muito grave, diante da crise profunda da educação, ouvir um ministro desse nível falar isso", disse.

Em contrapartida, Weintraub disse que está à disposição para debater educação, e que convidou Freixo para ir ao gabinete do ministério várias vezes. "O PSOL me chamou aqui. Por que o PSOL não me chamou para falar sobre educação? Muito democrático da sua parte, Freixo", disse o ministro.

O responsável pelo MEC foi acusado pelos deputados de ser racista, demagogo, acéfalo, de praticar prevaricação, divulgar fake news e não ser digno de ocupar a "cadeira do ministério". Representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) realizaram interferências na audiência por várias vezes.

Em entrevista ao Jornal da Cidade, em 22 de novembro, Weintraub afirmou que existem plantações extensivas de cannabis em algumas instituições federais de ensino superior do país. "Então o que você tem? Você tem plantações de maconha, mas não é três pés de maconha, você tem plantações extensivas de maconha em algumas universidades", disse.

Aos deputados, nesta quarta, o ministro exibiu no telão reportagens televisivas sobre casos de plantação, uso e tráfico de drogas na Universidade Federal de Brasília (UnB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Goiás (UFG).

Segundo Weintraub, as plantações são reflexo de um consumo exagerado e fora de controle nas universidades. "Esse material [sobre drogas nas universidades] é amplamente acessível e eu encontrei na internet", disse. "Metade usa drogas, é por isso que eles plantam maconha, porque a demanda é tão grande".

Casos

As matérias jornalísticas exibidas pelo ministro são de anos anteriores e mostram que estudantes da UnB mantinham plantações de pés e vasos de cannabis em um terreno fora da universidade. As reportagens também revelaram que existiu um "sofisticado esquema de tráfico de drogas dentro da UFMG", inclusive com substâncias sendo manipuladas em laboratórios de química dessa instituição.

Segundo o Ministério Público informou ao portal G1, as universidades, no entanto, não sofreram qualquer tipo de processo por conta dos casos. Os estudantes envolvidos nas plantações e tráfico de drogas apenas fizeram acordo e cumpriram penas alternativas.

Uma das exibições, porém, é de 2019, e mostra o caso de tráfico de drogas na Casa do Estudante Universitário da UFG. Como noticiou a Gazeta, a polícia militar de Goiânia descobriu que estudantes mantinham um esquema de tráfico de entorpecentes na CEU. Os próprios envolvidos no tráfico denunciaram à PM que existem grandes pontos de vendas em outros campus da instituição.

"Eu não falei em momento algum que a culpa é dos reitores, falei que a situação é dramática", disse Weintraub. "Não acusei reitores, professores, técnicos".

O ministro também criticou a resistência das universidades à presença da polícia. "A polícia não entra. Eu sou 100% a favor de total autonomia de pesquisa, ensino nas universidades. Podem falar o que quiserem, pesquisar o que quiserem, mas em casos de roubo, estupro, drogas ilícitas, a PM tem que entrar nos campi", disse, afirmando que a polícia faz um trabalho heroico no Brasil.

Assista à sessão com o ministro:

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