O primeiro-ministro da Hungria Victor Orban acaba de apresentar um projeto de lei que atinge, dentre as 28 universidades do país, apenas a patrocinada pelo magnata George Soros, a Universidade Central Europeia (CEU). A medida levou milhares de pessoas às ruas de Budapeste nos últimos dias em protestos a favor da instituição.
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O documento prevê que as instituições de ensino superior não europeias deverão ser proibidas de conceder diplomas válidos na Hungria, com exceção daquelas que recebam essa possibilidade por meio de acordos transnacionais. Apesar de só ter unidades na Europa, a CEU é registrada nos Estados Unidos.
A universidade de Soros, com inauguração em 1991, é considerada uma das 50 melhores do mundo em ciências política e estudos internacionais. Atualmente, tem 1,4 mil estudantes de 108 países.
O primeiro-ministro, que em 1989 recebeu uma bolsa para estudar na Universidade de Oxford em 1989 graças às atividades filantrópicas do magnata, considera Soros um “inimigo ideológico”, de acordo com o The New York Times. Orban deseja transformar a Hungria em um estado “antiliberal”, ou seja, uma sociedade “não aberta”, onde o governo é limitado por uma constituição, mas pode não reconhecer as liberdades individuais “quando for necessário”.
Orban também considera que os diplomas emanados da CEU são ‘trapaceiros’ já que, além da Hungria, são aceitos nos Estados Unidos, para ele uma vantagem injusta sobre as instituições nacionais.
“Anti-Soros”
Esse é mais um capítulo da briga de Orban com Soros. O primeiro-ministro também tenta aprovar regras que prejudiquem outras organizações não-governamentais financiadas pelo multimilionário. Orban é contra o ‘globalismo’ de Soros que, apesar de ser um dos mais famosos capitalistas húngaros, apoia financeiramente bandeiras consideradas de esquerda, principalmente nas ações de identidade de gênero, a favor do aborto, da legalização das drogas, do desarmamento e da livre fronteira para imigração. Especificamente, Orban trabalha contra a entrada de imigrantes muçulmanos na Europa, apoiada pelas ONGs pró-refugiados de Soros.
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