Muito se discute sobre a prática do Ensino Religioso nas escolas. Apesar de dividir opiniões, a oferta das aulas ao ensino público é prevista pela constituição brasileira e a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Elas, no entanto, não podem ser obrigatórias e devem assegurar o respeito à diversidade de crenças, além de coibir imposições de dogmas ou a conversão.
Nas 184 escolas municipais de Curitiba, o Ensino Religioso é oferecido aos alunos do 1º ao 6º ano e em três instituições de ensino com educação especial.
Maria Margareth Chyla é professora da Escola Municipal Jaguariaíva, no bairro Bacacheri, e procura transmitir os ensinamentos da disciplina por meio de um diferencial: o da solidariedade. E o maior aliado da tarefa, ela explica, é o jornal.
Por meio de reportagens veiculadas na Gazeta do Povo, Margareth incentiva a discussão de temas relacionados à prática do bem em 62 alunos do 5º ano (foto). Para ser analisada e trabalhada em aula, basta que a matéria apresente histórias de pessoas, práticas ou causas inspiradoras. “Trabalho com o Ler e Pensar desde 2011 e o jornal já está integrado ao trabalho da escola. Com o Ensino Religioso, não é diferente. Trabalhamos assuntos atuais para falar de caridade, incentivando que as crianças tenham um olhar crítico para os problemas do mundo e se organizem para fazer transformação”, explica.
Após trabalhar diferentes matérias, para exemplificar a proposta, ela fez um convite aos alunos: inspirados nos formatos dos textos lidos, eles deveriam formar grupos e criar campanhas solidárias que convidassem sociedade a contribuir por meio da doação de recursos, tempo ou envolvimento.
As ideias propuseram desde a arrecadação de recursos para a compra de presentes para pais carentes até a doação de roupas, brinquedos e calçados para crianças.
John Ribas, de dez anos, diz gostar das atividades. “Junto com o grupo, fica mais fácil entender e discutir os assuntos”.
O incentivo à leitura vem dando tão certo que, desde o início do ano, a professora expandiu o trabalho para as famílias dos estudantes. Diariamente, eles se revezam para levar as edições para casa. Ingrid Chagas, de nove anos, discute com os pais as reportagens que mais a agradam. “É um momento muito legal, o que mais gosto”, conta.