Intercambistas na aula de português: estudantes da França, México, Colombia, Bahamas, República Tcheca, EUA e Alemanha| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Experiência

O que eles acham de Curitiba?

Alegre, receptiva e com clima imprevisível – essas foram algumas das características atribuídas pelos alunos estrangeiros a Curitiba. A colombiana Lorena Nogueira acabou em uma casa com mais dois "irmãos", experiência que está adorando e que é inédita para ela, filha única. Shekirah Garnell Rolle, das Bahamas, conta que os professores em seu país são mais rígidos e que aqui tem mais liberdade para conversar com eles e com os pais brasileiros. O francês Alex Lavau tinha o Brasil como sua terceira opção de intercâmbio, depois do México e da Argentina. Acabou vindo para cá e diz que teve sorte. "Devia ter colocado o Brasil em primeiro, me dei muito bem com minha família aqui e fiz amigos", conta. O mexicano Fabrício Angel Acevedo, que veio de uma pequena ilha onde mora perto da praia, lembrou que a única coisa que estranhou foi o clima de Curitiba. "Nunca vi como aqui faz frio e calor num mesmo dia!", diz. Todos concordam.

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Rafael, José Geraldo e Lendair: a família brasileira da alemã Luiza
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    A rotina de Luiza Hoch, de 16 anos, não é diferente do dia a dia de muitos jovens brasileiros. De manhã, ela frequenta o 2.º ano do ensino médio no colégio Acesso, depois volta para casa ou então participa de atividades extracurriculares – entre elas, aula de Português. Luiza é alemã e chegou a Curitiba em agosto para um intercâmbio de um ano. Em casa, nada de privilégios – os direitos e deveres são os mesmos dos dois filhos do casal que hoje a abriga, Lendair Segalin Zanella e José Geraldo Zanella.

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    "A experiência de receber alunos de fora é muito válida para nós, é quase como um intercâmbio para a gente também – ajudamos a Luiza com bastante coisa, desde o português até diferenças culturais, enquanto ela nos conta como é a vida na Alemanha. Meu marido até está aprendendo a contar em alemão com ela", diz Lendair. Essa é a segunda vez que eles recebem estudantes de fora, a primeira foi uma aluna islandesa. O filho mais velho do casal, Rafael, de 19 anos, também passou um ano fora, nos Estados Unidos, e agora é a caçula, Aline, de 17, que está fazendo intercâmbio, também no mesmo país.

    Mesmo já se comunicando bem em português, todas as terças e quintas-feiras à tarde, Luiza participa das aulas em uma das sedes do Rotary, entidade que organiza os intercâmbios. Participam também outros 30 alunos de vários países e que atualmente estudam em diversas escolas. A professora do curso, Zuleima Guerreiro Magal, explica que a própria turma acaba virando uma família. "Não podemos dissociar o aprendizado da língua da vi­­vência da cultura brasileira, ou seja, o que eles aprendem aqui é complementado também na escola e com as famílias que os acolhem", explica. Como já morou em vários países, Zuleima tem experiência em ensinar português para alunos estrangeiros.

    O resultado de um aprendizado dinâmico, que envolve convivência em casa e com amigos brasileiros e estrangeiros, é um jovem que não tem apenas conhecimento da língua portuguesa mas também do modo de viver dos curitibanos. "Eles saem da­­qui se comunicando até com o uso de gírias. Apesar de um ou outro ter sotaque mais forte, são como pequenos brasileiros", diz Zuleima.