22 alunos...
...de várias localidades do país, como Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Curitiba e interior do Paraná, formam a primeira turma da especialização. Os professores são da UFPR, UEM, USP, PUCPR, Unicamp e Escola Nacional de Circo, além de convidados com experiência na Seleção Brasileira de Ginástica Artística, Cirque du Soleil e Escola Nacional de Artes de Pequim. O curso tem 360 horas e as aulas são mensais, sempre em um fim de semana.
A ciência por trás de atividades circenses como malabarismo, acrobacia, trapézio, dança e teatro é a base do currículo de uma pós-graduação lato sensu ministrada em Curitiba. A ideia da especialização em Atividades Acrobáticas do Circo e da Ginástica é capacitar o estudante a ensinar esse tipo de prática de forma segura, com estrutura pedagógica e com métodos de trabalho adaptáveis à sua realidade.
"O curso busca abrir novas possibilidades de atuação para quem está envolvido com a motricidade humana e com os sentidos e significados culturais das atividades acrobáticas", afirma o coordenador da pós, Marcelo Oliveira. A especialização foi lançada neste ano pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em parceria com a Escola Internacional de Circo (Circocan).
A carência de cursos de formação superior em artes circenses motivou a criação da pós, segundo o coordenador adjunto do curso, Bruno Tucunduva. "O cenário do ensino do circo no Brasil é composto, predominantemente, por escolas para artistas, na plataforma tradicional, com pouco estímulo à forma de abordar o circo e à troca de experiências pedagógicas entre diferentes centros."
Estudantes
A instrutora de circo e educadora física paulista Gisele "Gigi" Octave, 36 anos, tem 13 anos de experiência em circo e dá aulas com o marido em academias e hotéis por todo o Brasil. "Temos alunos de 4 a 104 anos, pois a técnica permite muita coisa. O circo é muito inclusivo", conta. Na pós, ela descobriu como expandir suas aulas e continuar a carreira acadêmica. "Vou fazer o mestrado e o doutorado em Circo lá em Campinas, de onde vêm vários dos nossos professores. Hoje, a disciplina de Circo está em voga e é valorizada, pelos aspectos corporal, mental e artístico", avalia.
A maior parte dos alunos é composta por profissionais e professores com formação superior em Educação Física e Artes Cênicas. O professor de Educação Física, personal trainer e acrobata circense Alfredo Bermudez, 30 anos, de Porto Alegre (RS), tem interesse na titulação da pós e busca novas formas de ensinar. "Quero aprimorar o processo pedagógico, o conhecimento do trabalho e buscar novas fontes de metodologia", diz.
Professora deixou de ser artista para estudar o mundo do circo
Ela nasceu no circo e passou a infância entre um espetáculo e outro. Em vez de se tornar artista, fez faculdade de História, mestrado e doutorado em Circo e agora é professora da PUCPR e pesquisadora na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Sou de um grupo que não continuou na carreira artística, mas que foi estudar. É gratificante perceber que o circo tem ganhado visibilidade também dentro do mundo acadêmico", afirma Ermínia Silva, que também é autora de livros sobre o mundo circense.
Segundo ela, é comum hoje deparar com artistas circenses com graduação, mas que não encontram espaço para desenvolver seus projetos de pesquisa na universidade. "Essa iniciativa de lançar uma pós-graduação é importante, pois reúne gente de todo o país que está pensando, elaborando, produzindo e refletindo sobre essa arte. Circo não é só acrobacias e aulas físicas. Minhas aulas de História do Circo são teóricas", conta.
Vida e Cidadania | 2:03
A capital tem a primeira pós-graduação lato sensu em Atividades Acrobáticas do Circo e da Ginástica, uma iniciativa que partiu de uma parceira entre a escola de circo Circocan e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).