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A Secretária de Estado da Educação, Ana Seres, enfatizou que não está entre as intenções do governo contratar técnicos de “notório saber” | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
A Secretária de Estado da Educação, Ana Seres, enfatizou que não está entre as intenções do governo contratar técnicos de “notório saber”| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O governo do Paraná anunciou nesta terça-feira (4) que a reforma do ensino médio contará com amplo debate com a comunidade para a definição das mudanças que serão implementadas nas escolas do estado. Em conversa com a imprensa, a secretária de Estado da Educação, Ana Seres, informou que no próximo dia 13 de outubro serão realizados 32 seminários (um em cada núcleo regional da educação) para estudar a proposta e receber as contribuições de pais, alunos, professores e da comunidade escolar à Medida Provisória (MP 746) publicada pelo governo federal.

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No dia 17 do mesmo mês, estas contribuições serão reunidas e analisadas pelo Conselho Estadual de Educação para que, então, sejam encaminhadas ao Ministério da Educação (MEC) e à Câmara dos Deputados.

“O ensino médio no Brasil está apresentando problemas e precisa avançar. Vamos repassar as sugestões do que fazer e de como fazer no Paraná. Jamais a Secretaria de Estado da Educação vai implantar algo que prejudique os alunos. Pelo contrário, implantaremos o que for importante e essencial para que eles, de fato, tenham um melhor desempenho educacional melhor”, afirmou a secretária.

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O anúncio foi feito menos de 24 horas depois de alunos de diversas instituições ocuparem as instalações do Colégio Padre Arnaldo Jansen, em São José dos Pinhais, em protesto contra a proposta de reforma do ensino médio.

Na avaliação da secretária, a atitude dos alunos é desnecessária, uma vez que o governo estadual está iniciando as discussões com toda a comunidade escolar. “Toda reforma provoca uma reação. Nós também fomos surpreendidos pela Medida Provisória que o ministro coloca pela importância da necessidade da reforma. A discussão estava sendo feita [desde 2013, pelo projeto de lei nº 6.840] e a medida acelerou um pouco este processo e sua implantação”, pontua.

30 vagas

Uma vez aprovada a Medida Provisória, a reforma não deverá ser implantada em todas as escolas estaduais – pelo menos não em um curto prazo. Entraves como a falta de infraestrutura, de recursos e de adesão ao projeto por parte da comunidade escolar são alguns pontos que se apresentam para a ampla adoção da proposta.

No que se refere à educação integral, por exemplo, uma das restrições é o limite de escolas que serão classificadas no edital específico para receber os recursos do governo federal (R$ 2 mil reais por aluno), que no Paraná será de 30 instituições, segundo a secretária. “Nós temos três colégios de tempo integral [no ensino médio] como projetos-piloto (Londrina, Laranjeiras e Cascavel). Se conseguirmos atender os critérios [do edital] teremos, no máximo, mais 30. E quem decidirá se a escola vai funcionar em tempo integral será a comunidade”, detalha.

Outra questão refere-se à dificuldade das escolas, em especial das localizadas em municípios menores, em ofertar as cinco ênfases propostas pela MP (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Formação Técnica e Profissional), o que requer infraestrutura, profissionais e demanda vocacional por parte dos alunos, como lembra Ana Seres.

A secretária não descarta, inclusive, a possibilidade da junção de ênfases (como Linguagens e Ciência Humanas, por exemplo), como forma de aprimorar a implantação. “Há flexibilidade, sim. Não há a necessidade de se ofertar as cinco ênfases. Por isso as discussões e as contribuições [das escolas]”, esclarece.

Em relação aos profissionais da educação, Seres enfatizou que não está entre as intenções do governo contratar técnicos de “notório saber”, mas sim trabalhar com os professores de que o estado já dispõe, valorizando a licenciatura.

Salto de qualidade na Redação do Enem

Apesar de o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da rede estadual de ensino do Paraná deixar a desejar (caiu entre 2009 e 2011 de 3,9 para 3,4, e subiu um pouco, para 3,6 em 2015), o desempenho dos estudantes da rede estadual na Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2015 seguiu a de outros estados e apresentou um salto de qualidade em relação à edição anterior da prova. De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (4) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e repassados pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), a média na redação passou de 473 para 533 – um aumento de 60 pontos.

“Temos feito um trabalho muito grande nos núcleos regionais e com os professores. Um trabalho com ênfase, principalmente, na leitura e na escrita, que eram dificuldades apontadas desde o processo de alfabetização. Então, assim como nos anos iniciais, passamos a trabalhar com bastante ênfase nos anos finais do ensino fundamental e também no ensino médio”, explica a professora Katya Prust, coordenadora de Planejamento e Avaliação da Seed.

Outras áreas de conhecimento que apresentaram avanços foram Ciências Humanas, cuja média passou de 542 para 558, e Linguagens e Códigos, que subiu de 503 para 505.

Os resultados de Matemática e Ciências da Natureza, por sua vez, apresentaram decréscimo de dois e três pontos, respectivamente, registrando médias de 466 e 476 no Enem 2015.

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