A Prefeitura de São Paulo estuda uma proposta polêmica: a possibilidade de receber gratuitamente 1 milhão de uniformes escolares em troca da autorização para publicidade nas peças.
A oferta foi feita na semana passada pela Abravest (Associação Brasileira do Vestuário), que se dispôs a fazer a captação dos patrocinadores. Segundo o secretário de Educação, José Aristodemo Pinotti, a idéia ainda precisa ser discutida com o prefeito José Serra.
"Vamos conversar e vou propor ao prefeito a realização de um plebiscito entre pais e alunos. Eu, pessoalmente, não gosto da idéia, mas como gastamos quase R$ 60 milhões com uniformes por ano, não quero dizer não sozinho", disse Pinotti, ressaltando, porém, que a verba poderia ser usada para resolver outros problemas da educação.
Segundo Roberto Chadad, presidente da Abravest, a idéia é que qualquer empresa interessada em patrocinar o projeto possa participar. "A confecção será feita a preço de custo, aproveitando a capacidade de empresas ociosas", afirma.
Apesar da boa intenção, a idéia não é bem vista por Cláudio Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação do Ensino Municipal de São Paulo. "Acho que isso não é nada educativo, transformar a criança em um outdoor ambulante. É um erro do ponto de vista pedagógico", afirma.
Adriana Rangel, mãe de dois alunos da rede municipal, também é contra. "Não acho isso certo. O uniforme tem que ter o nome da escola", diz.
Outra mãe acha que esse pode ser um caminho. "É uma proposta interessante. Hoje em dia tudo é feito com parcerias", diz Regina Chaves.
Patrocínio
O presidente da Abravest, Roberto Chadad, vai participar de uma feira em Maringá no dia 31 onde vai apresentar o projeto de patrocínio em uniformes escolares. A idéia foi proposta pela primeira vez ao governo estadual de São Paulo em 1998, que aceitou a idéia.
"Todos os esportes têm propaganda, por que não fazer isso com a educação também?", questiona Chadad. Ele explica que o patrocínio fica apenas no braço esquerdo dos uniformes e leva o nome da empresa que banca a fabricação.
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