O presidente do Inep, Alexandre Lopes.| Foto: Gabriel Jabur / MEC
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Alexandre Lopes, presidente do Inep, autarquia do Ministério da Educação (MEC) responsável pela realização do Enem, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que, por enquanto, as datas previstas para a realização presencial do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não serão alteradas.

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"Mais à frente, se de fato houver razões técnicas para isso, a data do Enem poderá ser alterada. Mas, por enquanto, isso não é necessário", disse Lopes.

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Na opinião de Lopes, o adiamento do Enem prejudicaria os alunos, já que o exame é a porta de entrada para várias universidades públicas e para o acesso a alguns benefícios, como o sistema de cotas, o Fies e o ProUni.

"É preciso pensar não só no calendário do ensino médio, mas também no do ensino superior. Se o exame fosse adiado em um mês, o resultado sairia em fevereiro e o Fies só ficaria pronto em abril. O calendário das universidades vai ser modificado dessa forma? E se eu esperar as aulas voltarem para pensar em uma nova data? As universidades vão começar o ano letivo de 2021 em junho, só depois do Fies?", perguntou.

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Pessoas querem "tumultuar"

Lopes afirmou também que apesar de o calendário do Enem ser "apertado", o Inep está conseguindo seguir o cronograma, assim como outras universidades que mantiveram seus vestibulares, como o da Fuvest.

"As pessoas estão querendo tumultuar, é isso que o ministro [da Educação, Abraham Weintraub] tem falado. Nós tivemos o período para pedidos de isenção de pagamento da taxa. Houve dúvidas se todos os estudantes conseguiram fazer por causa da pandemia e da suspensão das aulas? Sim. Então alteramos o edital [a gratuidade poderá será concedida durante o período de inscrições]. Vamos tratando as questões à medida que elas vão surgindo", disse.

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Lopes garantiu ainda que a equipe técnica do Inep não teria se posicionado a favor da mudança de datas do exame. E explicou por que o Brasil não segue o exemplo de outros países que postergaram processos de seleção similares ao do Enem.

"São realidades muito diferentes. Para nós, a crise chegou no início do ano, mas, para vários desses países, foi no final do ano letivo. É importante observar o que está acontecendo no mundo, mas não podemos definir o nosso calendário pelo que acontece na França, por exemplo", disse. "Ninguém sabe como estaremos em 22 de maio [data final para as inscrições no Enem]. Vamos avaliar quando chegarmos lá. O aluno tem que estar preparado. Todos estamos sendo afetados, em maior ou menor grau. Todos estão, mesmo os alunos de escolas particulares", concluiu.