A principal universidade católica do país acaba de inaugurar seu primeiro banheiro unissex coletivo. A PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) fez o anúncio na última sexta-feira, na página da instituição no Facebook.
“A PUC-SP, atenta à diversidade de sua comunidade universitária, composta por alunos, professores e funcionários, buscou contemplar a todos com a implementação de um banheiro unissex”, diz a postagem, que prossegue: “A instituição ressalta que este sanitário é de uso comum, não direcionado a um público específico”.
As imagens divulgadas pela universidade mostram que o banheiro tem pelo menos sete cabines. Alguns internautas demonstraram apoio à medida: “Na PUC, o que se valoriza são as pessoas, independente do sexo, orientação sexual ou religião”, disse um deles.
Mas a maioria dos comentários na publicação é contrária à decisão. “Espantoso para uma Pontifícia Universidade Católica! O que o papa acharia disso?”, afirmou um deles. “PUC-SP, isso é um desserviço para com seus funcionários! Além da falta de higiene coloca em risco a segurança e integridade de suas funcionárias”, disse outro.
A Gazeta do Povo questionou a PUC-SP o que motivou a decisão e se a universidade tomou alguma precaução para evitar abusos ou uso inapropriado do banheiro, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Riscos
A adoção de banheiros mistos - ou a permissão de que pessoas transgênero usem o banheiro que preferirem - tem sido objeto de controvérsia em instituições de ensino.
Para a médica americana Elizabeth Lee Vliet, que estuda os efeitos das mudanças hormonais em mulheres, os banheiros e vestiários “neutros” – que podem ser frequentados indistintamente – representam um grande perigo, já que não apenas transgêneros acabam fazendo uso: são frequentes os casos de homens mal intencionados que entram em ambientes antes exclusivamente femininos, em episódios de atentado ao pudor, assédio sexual, pedofilia e estupro. “É a tirania da minoria”, afirma Vliet.
Já alguns especialistas da área da saúde também defendem que a divisão dos banheiros segue não uma razão de identificação de gênero, mas sim a mera diferenciação biológica.
“As pessoas que se identificam como ‘se sentissem parte do sexo oposto’ ou ‘entre um e outro’ não compõem um terceiro sexo. Eles permanecem como homens biológicos ou mulheres biológicas”, diz o manifesto da American College of Pediatricians, associação formada por pediatras americanos.
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