“Vocês não terão para onde ir, não terão futuro!”, diz o docente aos alunos.| Foto: Reprodução

Um vídeo que circula nas redes sociais desde quarta-feira (29) mostra um professor do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) intimando alunos a "assumir o papel de luta, o papel revolucionário" nas manifestações estudantis de hoje (30). Ele ainda diz aos jovens que eles "não terão para onde ir", "não terão futuro", se obedeceram ao governo federal.

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No centro de uma roda de alunos, ele os induz a lutarem contra a reforma da Previdência - uma das pautas que levou os manifestantes às ruas nesta quinta-feira. "E vocês, vão fazer o que? A reforma da Previdência tirará de cada um de vocês a possibilidade de repousar e, quem sabe, viver!", disse.

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O arquivo de vídeo foi enviado ao Ministério da Educação (MEC) através do canal de ouvidoria, junto com ao menos outras 40 denúncias de coação. O ministro Abraham Weintraub orientou, através do Twitter, que, se alguém for coagido, pode encaminhar sua denúncia e prova para o MEC. "Nós vamos tomar as devidas providências legais", afirmou.

"Se nós obedecermos aquilo que o governo federal está dizendo, em setembro o Ifal, que é a maior instituição pública, em termos de capilaridade do nosso estado, irá fechar. Vocês não terão para onde ir, vocês não terão futuro!", gritou o docente aos alunos.

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O professor ainda pediu para que os alunos se enchessem "da ira revolucionária que cada um tem". "Assumam o papel da história que cabe a cada um de vocês. Meninas, assumam o papel de luta. Meninos, assumam o papel revolucionário. Isso aqui está fechando as portas", disse. "Eu tenho extremo orgulho de estar aqui [na Ifal], mas eu tenho mais orgulho ainda de ir para as ruas".

Assista ao vídeo:

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À Gazeta do Povo, o MEC enviou a seguinte nota:

O MEC informa que vem recebendo denúncias via redes sociais sobre alunos e professores que estariam sendo coagidos a participarem de atos e manifestações de rua. Além disso, a Ouvidoria do MEC já contabilizou 41 reclamações por meio do sistema e-Ouv, registradas desde quarta-feira, 29/05.

A Pasta informa que irá analisar os casos e encaminhar aos órgãos competentes para investigação.