Ouça este conteúdo
A professora de Biomedicina, Claudia Thompson, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), está sendo alvo de ameaças nas redes sociais por se posicionar contra o ativismo LGBT e a imposição da linguagem neutra em sala de aula. Os ataques, incluindo pedidos à Reitoria para que a professora seja afastada, aumentaram assim que Thompson se candidatou a deputada federal pelo partido Novo. Como não foi eleita, Thompson retornou à universidade no último dia 3 de outubro.
>> Faça parte do canal de Vida e Cidadania no Telegram
“É uma série de agressões gratuitas nas redes sociais proferidas por pessoas sem uma gota de espírito democrático e que desconhecem o significado de Estado de Direito, liberdades individuais e Direitos Humanos”, afirmou Thompson. “Também alegam que, sendo liberal, não deveria trabalhar no serviço público. Alunos têm se manifestado pela minha demissão, ameaçando denúncias e busca de apoio na Reitoria da Universidade e Ministério Público”, contou.
A docente da UFCSPA sempre acreditou que as universidades deveriam ser ambientes para debate e busca da verdade, mas, segundo ela, não é o que acontece. “Se tornaram locais da Inquisição, da origem da persecução a quem pensa diferente, da falta de respeito à diversidade de pensamento e do boicote à liberdade de expressão”, ressaltou a professora. “É urgente uma revisão do nosso sistema educacional com resgate de valores e respeito ao indivíduo e seus posicionamentos. Precisamos defender as liberdades individuais. Eu defendo a liberdade em todos seus sentidos e por ela lutarei hoje e sempre”.
Sobre o caso, a UFCSPA informou que defende a promoção da inclusão e o respeito entre todos os membros da universidade, assim como é contra o preconceito e violência de quaisquer tipos. “Neste sentido, a gestão da universidade está planejando a realização em breve de uma campanha em prol do respeito mútuo entre alunos, professores e técnico-administrativos”.
Alguns dos comentários publicados nas redes sociais:
1 de 6
Aluno chama professora de transfóbica por ser contra ativismo LGBT.
2 de 6
Com retorno à universidade, professora da UFCSPA sofre críticas dos estudantes.
3 de 6
Alunos reclamam da professores pelos valores que defende.
4 de 6
Professora da UFCSPA afirmou que irá fazer um boletim de ocorrência.
5 de 6
Estudante critica a professora por ela ser contra a linguagem neutra.
6 de 6
"Alunos têm se manifestado pela minha demissão", disse a professora
VEJA TAMBÉM:
- USP apagou notas e registros de presença de 275 alunos não vacinados
- MPF, MPT e MPPB defendem acesso a banheiros em escolas de acordo com a identidade de gênero
- LGBT, Paulo Freire e racismo: Capes premia teses com viés ideológico
- Universidades públicas continuam a perseguir quem não tomou todas as doses da vacina
- “Como melhorar os cursos de licenciatura? Fechando”, diz especialista
