Professoras são acusadas de colocar crianças em saco de lixo para corrigir indisciplina

A Polícia Civil de Restinga, a 400 quilômetros de São Paulo, está investigando uma suspeita de tortura em uma creche municipal. Duas professoras são acusadas de colocar crianças dentro de sacos plásticos para corrigir supostos comportamentos indisciplinados. Imagens do circuito de segurança do estabelecimento mostram uma das profissionais amarrando alunos de 4 anos de idade dentro do recipiente plástico, enquanto era observada pela outra professora envolvida.

As gravações foram obtidas após dois meses de investigação. Uma estagiária também deve ser indiciada no mesmo inquérito por conivência com a situação. 

As apurações começaram em setembro, depois de denúncias feitas por familiares dos alunos. Na época, no entanto, só havia o depoimento das crianças. Estima-se que pelo menos três alunos possam ter sofrido tortura na creche. 

“O que me chamou muita atenção na imagem foi que dois coleguinhas também seguram essa criança para ajudar a colocar o saco na cabeça, o que demonstra, pelo menos para mim, que isso era uma coisa usual dentro da sala de aula”, disse o delegado envolvido no caso, Eduardo Bonfim, em entrevista à Globo News. 

A Polícia Civil vai analisar ainda mais 80 horas de filmagens para verificar se houve mais casos de maus tratos na creche. 

A prefeitura de Restinga informou que abriu processo administrativo contra as profissionais envolvidas. Elas foram afastadas por 30 dias. A estagiária,  menor de idade, se desligou da creche.

As famílias envolvidas procuraram um advogado para processar a prefeitura e obrigar que o município pague uma creche particular para as crianças, já que os filhos estariam com medo de voltar às aulas e sofrendo bullying.

A prefeitura disse não estar sabendo sobre este processo.

As professoras negam as agressões. Elas disseram que não tinham o objetivo de torturar as crianças.

As informações são da Globo News.