Professores das universidades estaduais do Paraná decidiram nesta quinta-feira (16) entrar em greve até que o projeto de lei de reajuste salarial da categoria seja aprovado na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), sancionado pelo governo do Estado e publicado no Diário Oficial. Os sindicatos pedem que o governo cumpra o acordo de equiparar o salário dos docentes com o dos técnicos-adminitrativos com ensino superior das instituições. A mobilização deve afetar os mais de 100 mil alunos da rede estadual de ensino superior.
As datas de deflagração da greve decididas nas assembleias sindicais são diferentes em cada universidade. Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a greve começa já nesta sexta-feira (17). Nas estaduais de Maringá e do Oeste do Paraná (Unioeste), a greve está marcada para o dia 21. Na do Centro-Oeste (Unicentro), para o dia 23. E o dia 3 de setembro é a data programada pelas universidades de Londrina (UEL) e do Norte do Paraná (Uenp).
"Como o governo não tem cumprido a sua palavra desde o ano passado, decidimos parar até que seja confirmada a proposta de reajuste de 31,73% em quatro parcelas até 2015, conforme acordamos em março", disse Jeaneth Stefaniak, presidente do Sinduepg, sindicato que reúne os professores da UEPG.
Em março deste ano, depois de um ano de negociações, o governo prometeu aos cinco sindicatos das universidades estaduais enviar à Alep a proposta de reajuste até 1º de maio. Como isso não foi cumprido e a proposta só foi encaminhada nesta quarta-feira (15), após a ameaça de greve dos docentes, os sindicatos disseram ter perdido a confiança no governo e, em assembleias, decidiram manter a greve até o cumprimento do acordo.
Os sindicatos questionam ainda a justificativa dada pelo governo para a demora em resolver o problema. Segundo o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alípio Leal, era preciso equacionar as contas do governo para não ultrapassar o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O Tribunal de Contas do Estado confirmou que o governo extrapolou os gastos com pessoal neste ano, apesar de não ter oficiado o governo formalmente. Os sindicatos apontam, no entanto, que a categoria negocia com o governo há mais de um ano, tempo suficiente para separar os recursos prometidos. "O governo teve desde março de 2011, quando começamos a negociar, para reorganizar as suas contas. Por que então ele firmou um novo acordo com a categoria no início desse ano se não tinha como honrá-lo?", questiona Antonio Bosi, presidente da Adunioeste, sindicato dos professores da Unioeste.
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