Os professores das instituições federais de ensino superior de todo o país podem cruzar os braços em agosto. O sindicato da categoria, a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), aprovou um indicativo de greve no 50º Conselho Nacional da Andes (Conad), ocorrido de 15 a 17 de julho em Fortaleza.
Agora, as seções sindicais espalhadas pelo Brasil vão realizar assembléias até 19 de agosto para decidir se entram na paralisação ou não. A possível greve está marcada para a segunda quinzena do mês, mas o início da paralisação pode mudar.
Os docentes consideram a proposta do governo federal de desrespeitosa. Foi oferecido um reajuste de 0,1% a todos os servidores públicos para o ano de 2005. Além disso, o governo afirma que deve fazer reajustes salariais apenas em 2006.
Os professores querem um reajuste de 18% nos salários e a incorporação das gratificações, que, segundo eles, algumas vezes são maiores do que os próprios salários. Eles pedem também a abertura de concursos para a contratação de mais professores.
A paralisação, em termos gerais, tem como bandeiras a valorização do trabalho docente; a defesa da universidade pública, gratuita, autônoma, democrática e de qualidade; e a luta contra a mercantilização da educação e pelo aumento do orçamento para as instituições federais de ensino superior.
Paraná
No Paraná existem duas instituições de ensino superior federais: o Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR). A Seção Sindical dos Docentes do Cefet-PR (Sindocefet-PR) espera realizar uma reunião no dia 10 de agosto. Os professores do Cefet-PR já haviam aprovado em 8 de julho um indicativo de greve sem data marcada.
Adilson Gil Tavares, um dos diretores do sindicato, acha difícil prever se os professores vão aceitar a greve ou não, mas expõe alguns argumentos que dão uma prévia do resultado. "Os professores estão indignados e não acreditam na alegação de que não existe dinheiro para as universidades. O mar de lama em que está o governo mostra que dinheiro existe", conta.
A Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (Apufpr) ainda não tem datas definidas para resolver se segue a determinação da Andes ou não. A entidade deve se reunir na semana que vem para decidir quando vai realizar assembléias.