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O pedido de urgência urgentíssima para o projeto que institui sistema de cotas nas universidades será levado a votação nesta terça-feira em sessão extraordinária na Câmara dos Deputados. Todos os líderes assinaram o pedido de urgência para o projeto, que trata de cotas para alunos de escolas públicas nas universidades federais, segundo critérios raciais. O apelo para a urgência urgentíssima foi feito pelo movimento negro e entidades estudantis.

- Esse questão das cotas raciais, da doação das cotas raciais, no Brasil, precisa ser muito mais discutida do que vem sendo discutida. Na verdade essas coisas estão sendo decididas por um grupo reduzido de pessoas que tem opiniões muito diferentes das opiniões que, em geral, os brasileiros têm sobre isso - avalia José Roberto Pinto de Góes, professor de História da UERJ.

A Universidade Federal da Bahia que se antecipou e já adotou a reserva para estudantes de escolas públicas, acha que essa é uma questão que não pode mais esperar.

- A lógica de se discutir mais não pode ser um processo pra protelar decisões - disse Maerbal Marinho, pró-reitor da UFBA.

Já a especialista Sônia Penin acha que a cota não resolve as desigualdades.

- Nós recisamos trabalhar o problema da desigualdade social desde o início da primeira infância, do Ensino Médio e com isso resolver, preparar o aluno para uma situação onde ele tem por direito ter a melhor escolaridade - acredita Sônia Penin, pró-reitora de Graduação da USP.

O relator da Comissão de Educação alterou uma proposta do governo e outros seis projetos que já estavam na Câmara e substituiu tudo por um texto só:

- As universidades federais terão que reservar 50% das vagas para alunos das escolas públicas; respeitando a proporção regional de negros e índios, de acordo com o IBGE. Todos terão que prestar vestibular. Cada candidato vai poder escolher se quer concorrer no sistema de cotas ou não.

- Na hora de fazer o vestibular a prova é a mesma de qualquer outro cidadão ou cidadã que concorrer àquela vaga - comentou o deputado Carlos Abicalil (PT-MT), relator.

Com o pedido de urgência urgentíssima, o projeto pode ser votado ainda esta semana. O texto do relator terá preferência, mas o plenário poderá escolher outro texto entre os projetos que o relator juntou. E entre os projetos há um que acaba com o vestibular.

- O atual vestibular seleciona quem tem poder econômico e achamos que isso não deve acontecer no país ideal que queremos - falou Frei David Santos, diretor executivo da Educafro.

O governo é contra o fim do vestibular porque acha que não resolve o problema das desigualdades sociais.

- Me parece que o final do processo seletivo, como prevê o projeto, não é o melhor caminho para a promoção de ações afirmativas - disse Fernando Haddad, ministro da Educação.

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