Uma prova aplicada no Colégio Faap de Ribeirão Preto (SP) no último domingo (23) utilizou textos que descrevem o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) como “boçal” e chama seus eleitores de “desorientados”.
Os textos foram utilizados em um exame de Língua Portuguesa aplicado aos alunos do 3º ano e cursinho. Um deles é de autoria da escritora Tati Bernardi, que critica os eleitores de Bolsonaro chamando-os de “desorientados”.
“Não acho que o eleitor do presidenciável em questão seja ingênuo (burro já é outra história)”, diz um dos textos. Outro deles afirma que, caso eleito, Bolsonaro “dará golpe de Estado”.
Em nota enviada à Gazeta do Povo, o colégio informa que os textos utilizados são reprodução de opiniões veiculadas na mídia nacional.
“A Faap como instituição acadêmica, tem promovido o debate político, recebendo a maioria dos candidatos para sabatina com alunos e convidados, em coparticipação com o Jornal ‘O Estado de São Paulo’”, diz o comunicado.
“A Fundação reitera sua posição apolítica e totalmente voltada ao conhecimento acadêmico, esclarecendo que o texto lá reproduzido não reflete a neutralidade da Instituição”, completa.
Vandalismo
Já nesta terça (25), uma sala de aula da Faculdade de Comunicação da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), em São Paulo, teve as suas paredes rabiscadas com mensagens homofóbicas e de apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ), ao coronel Carlos Brilhante Ustra e à ditadura.
O espaço, que segundo alunos é dedicado a aulas de criatividade que integram o currículo de alguns cursos, abrigava cartazes e desenhos produzidos por estudantes. Entre eles havia mensagens como "nunca se cale diante da opressão", "este espaço foi higienizado contra a censura" e "fora, Temer!".
Segundo a aluna do curso de animação Gabriela von Ammon Eifler, ao chegarem à sala por volta das 11h os estudantes encontraram os materiais depredados e sobrepostos com mensagens como "Ustra herói brasileiro", "higienização já!" e "esquerda fede!". Uma bandeira com as cores do arco-íris, associada a movimentos LGBT, foi rabiscada com a frase "tapa na cara das puta (sic), falta de surra!".
Menções a Bolsonaro, como "17 Neles" —referência ao número de urna do presidenciável—, "Bolso" e "#EleSim" também foram escritas.
"Era uma sala com bastante material sobre diversidade", explica a graduanda em Cinema Taline Mendonça Caetano. A Faap ainda não se pronunciou sobre este assunto.