A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) são as duas mais prestigiadas instituições da América Latina, segundo um novo ranking de reputação acadêmica da revista Times Higher Education (THE), uma das principais referências do mundo em medição de qualidade de ensino superior. Entre as 50 instituições que compõem o ranking, 23 são brasileiras.
Do Paraná, a UFPR (Universidade Federal do Paraná) e a PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) ficaram empatadas em 31º. lugar; UEL (Universidade Estadual de Londrina) e UEM (Universidade Estadual de Maringá) compartilharam a 36º colocação com outras duas instituições.
Da região Sul, a melhor colocada é a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em 12 º. lugar. A PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) ficou em 23º. A Unisinos, do Rio Grande do Sul, aparece entre as cinco últimas.
Estão ainda no topo da classificação a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) e a federal de Minas Gerais (UFMG) nas 5ª, 6ª e 7ª posições, respectivamente.
Phill Baty, editor dos rankings da THE, ressaltou como positivo o aumento de 60% no número de estudantes no ensino superior no Brasil entre 2005 e 2012, mas alertou para a importância do aumento de investimentos na área. “É uma ótima notícia que mais brasileiros estejam nas universidades, mas o País precisa assegurar a continuidade de investimentos em suas instituições para que permaneça no topo das lista nos próximos anos”, disse.
Investimento
Em crise financeira, USP e Unicamp se destacam, segundo a THE, por sua performance forte em ensino e pesquisa. Elas, no entanto, assim como as demais universidades brasileiras que aparecem no ranking, têm como principal desafio melhorar a sua perspectiva internacional (proporção de funcionários de outros países, estudantes internacionais e estudos publicados em parceria com ao menos um coautor estrangeiro e influência em pesquisas (proporção de estudos citados em outras publicações).
Essas duas áreas de maior dificuldade, são onde se destacam as universidades chilenas - PUC do Chile e Universidade do Chile, que ocupam os 3º e 4º lugares, respectivamente.
Para Alvaro Crósta, coordenador geral da Unicamp, a análise da THE de que a instituição tem dificuldade em melhorar sua atuação internacional é correta. Ele disse que a universidade tem atuado fortemente para a sua internacionalização, com programas próprios de estágio no exterior e incentivo para a tradução de pesquisas.
Crósta também disse se preocupar com a capacidade da universidade em manter investimentos, tendo em vista a queda do repasse de recursos do Estado neste ano. Em nota, a USP também relatou preocupação. “O financiamento das pesquisas tem se mantido com os recursos advindos das agências de fomento, principalmente da Fapesp. Mas, a questão relacionada à queda de arrecadação não pode ser desconsiderada.”
Única universidade da América Latina a integrar o ranking das 100 universidades do mundo de maior reputação acadêmica, a USP piorou sua colocação neste ano - caiu da faixa de 51-60 para 91-100.
Para aumentar sua internacionalização, a USP informou que tem incentivado e apoiado pesquisas sobre temas de relevância estratégica e disse que seus pesquisadores estão cada vez mais inseridos em “importantes colaborações internacionais”.
Ranking
É a primeira vez que a THE lança uma lista específica das universidades de maior prestígio na América Latina. Em maio, ela divulgou a lista com as dez primeiras instituições, baseada em pesquisa de opinião. Nesta quinta-feira, 7, o THE apresenta o ranking feito por meio da mesma análise de dados do ranking global. A revista usa 13 métricas de performance das atividades das instituições, divididas em quatro áreas: ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e perspectiva internacional.
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