Quer ser um intelectual? Você não precisa da aprovação da academia

Uma conta no Twitter que sigo perguntou recentemente qual seria a melhor escola de graduação que alguém deveria procurar se quisesse se tornar um acadêmico tradicional como o vencedor do prêmio Nobel, o economista F. A. Hayek. 

As respostas foram todas iguais. Tente essa escola, ou talvez aquela, estude com esse professor, ou aquele. Poucas fugiram do óbvio. A conclusão final da discussão parecia que “Bem, acho que a melhor dica para dar a um estudante interessado em Hayek é para fingirem que não são (interessados), entrarem na melhor escola possível, manterem a cabeça baixa por uma década até terminarem a posse, e só então começar a falar sobre Hayek.” 

É uma estratégia muito triste e arriscada. Triste porque significa fingir ser algo que você não é por uma década apenas para ganhar o prestígio em papel de instituições corruptas.

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Arriscada porque aquele que é capaz de fingir ser algo bem o suficiente para enganar aqueles ao seu redor por um período tão longo pode acabar enganando a si mesmo também. 

Não precisa ser assim 

O que mais me chamou a atenção nessa discussão foi a completa falta de imaginação. Na verdade, apague isso. Não é necessário sequer imaginação, porque a alternativa existe, e algumas pessoas estão fazendo isto. É como uma completa falta de noção do mundo: como acadêmico que bradava que a manutenção privada de faróis marinhos era impossível, enquanto o farol que ele via da sua própria janela naquele exato momento era mantido de maneira privada. 

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Imagine que você esteja profundamente interessado nas ideias de Hayek (ou de qualquer outro pensador) e queira se tornar um especialista nelas, entender suas implicações e avançá-las para novas fronteiras. Você não precisa agradar ninguém nem pedir permissão pra fazer isso! 

Crie um blog, um canal no youtube, publique um livro de maneira independente, um podcast, uma conta no Quora, ou tudo isso. Leia todo livro e artigo disponível e compartilhe publicamente o seu processo de aprendizado. Lance o podcast “Explorando Hayek”, e use isso como desculpa para convidar todo acadêmico versado em Hayek para a conversa. Eles vão dizer sim, afinal, ninguém nunca convida eles para podcasts ou tem interesse no seu trabalho! 

Publique suas notas de cada episódio. Faça com que elas sejam um papel aberto de pesquisa, onde você pode pensar alto e convidar sua audiência para o processo. Se você fizer isso bem, e consistentemente, você atrairá as melhores mentes no assunto e ganhará “consultores de tese” grátis. Esses são só alguns pensamentos que me vêm à mente. As possibilidades são infinitas. 

Crie o seu próprio jeito 

Quando você pára de pensar em como fazer coisa nova X dentro do velho modelo chato Y, e ao invés disso começa a perguntar como fazer X, ponto final, com ou sem o modelo Y, o mundo se abre. 

É assim para toda paixão ou profissão. Você acha que a faculdade de Medicina é a única forma de salvar vidas ou melhorar a saúde? Talvez seja uma das maneiras menos efetivas, pelo que você sabe. Grandes atletas criam novos regimentos de treinamento. Grandes artistas criam novas técnicas. A excelência cria suas próprias definições. 

Separe os seus objetivos e desejos dos caminhos já trilhados por outros para chegar lá. Grandes saltos pessoais e de progresso social acontecem quando vamos atrás de caminhos, não quando nos conformamos com os meios. Se você quer ser o melhor em algo, construa o melhor sistema para se chegar lá.

©2018 FEE. Publicado com permissão. Original em inglês. 

Tradução: Rafael Baltazar.