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A prova de Redação do vestibular 2020 da Universidade Estadual de Maringá (UEM), do Paraná, trouxe uma questão sobre racismo no Brasil. Ela foi aplicada no último domingo (23) aos candidatos que almejam ingressar no ensino superior. Entre outros pontos, o enunciado da questão perguntou se o "privilégio branco" impediria o combate ao racismo no Brasil.
Um dos textos de apoio foi uma charge questionando o tratamento dado a pessoas flagradas com drogas. Segundo a charge, um homem negro detido por portar dez trouxas de maconha é chamado de traficante. Já outro, por ser branco, mesmo flagrado com grande quantidade de cocaína e armas, ainda é referenciado apenas como empresário.
O segundo texto de apoio foi uma entrevista da filósofa e ativista Djamila Ribeiro sobre racismo no Brasil. No trecho destacado na prova, a autora explica porque, na visão dela, é impossível não ser racista na sociedade brasileira.
Após a análise dos dois textos, os candidatos tiveram de produzir uma redação argumentativa em que deveriam discutir se “o lugar de privilégio do branco favorece ou não o combate ao racismo no Brasil”.
Questionada sobre a questão, a UEM informou que o candidato poderia expor seu posicionamento sobre a questão, seja ele qual for, e também trazer outras informações sobre o tema, além das que foram apresentadas nos textos de apoio. Confira a nota da universidade na íntegra:
"Tecnicamente, a prova de redação do Vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM) traz um ou mais textos de apoio, seguido(s) de um enunciado (contexto e comando de produção). De acordo com a Comissão Central do Vestibular Unificado (CVU), o gênero solicitado, qualquer que seja o tema, sempre coloca o candidato em condições de expor seu entendimento, seja ele qual for, inclusive ultrapassando as informações desses textos de apoio".