Estudantes de Direito da Universidade Federal (UFPR) afirmam que um relatório sobre a aula inaugural do curso “o Golpe de 2016”, um ciclo de 15 encontros que serão realizados até junho, em Curitiba, iria compor 40% da nota na disciplina de Direito Internacional Privado.
“Logo quando o professor falou sobre esse relatório, o que ficou entendido pela turma, e o que ele dissera em sala de aula apenas reafirmava isso, é que essa atividade valeria dois pontos extras, facultativos”, explica um estudante que pediu para não ser identificado.
“Depois, na última sexta (20), ele mudou tudo e fomos informados, no grupo da sala no Facebook, pelo monitor da disciplina, que o trabalho valeria quatro pontos da nota bimestral, a serem somados com os seis da prova”, completa.
Após a repercussão negativa, porém, o professor teria voltado atrás:
“As notas da prova simplesmente apareceram afixadas em edital, agora valendo dez e não mais seis. Coisas dessa natureza são corriqueiras. Esse tipo de atividade não tem relação nenhuma com a matéria.”
Procurada, a UFPR nega que a atividade valia nota. “O professor responsável pela disciplina informou que atividade era apenas uma forma de abonar faltas daqueles que pediram licença para ir a aula e sua única avaliação no bimestre foi uma prova valendo 10”, justificou a assessoria de imprensa da instituição.
Visita a acampamento rende horas complementares
Recentemente, alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) visitaram o acampamento de manifestantes em defesa do ex-presidente Lula, em Curitiba. A visita foi feita por estudantes do curso de Direito como parte de uma disciplina obrigatória sobre direitos humanos.
A visita foi considerada uma “atividade de extensão com carga horária de quatro horas” para aqueles que entregaram um relatório “até o dia 18 de abril na secretaria do NPJ da Faculdade de Direito da UFPR”.
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De acordo com a professora Danielle Annoni, organizadora da atividade, ela não foi criada especificamente para o acampamento. “O acampamento veio auxiliar uma aula e uma prática que desenvolvemos desde o ano passado”, diz.
Apesar da natural relação com o processo político atual, Daniele garantiu não ter sido uma aula política.
“Tenho uma posição política, como muitos alunos têm. Mas não era uma aula com esse cunho, não havia nenhum conteúdo de formação política”, ressalta.