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Feder será o novo titular da pasta de Educação.
Feder será o novo titular da pasta de Educação.| Foto: Reprodução/Facebook

Renato Feder, secretário de Educação do estado do Paraná, será o novo ministro da Educação, afirmam interlocutores ouvidos pela Gazeta do Povo. O convite teria sido feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na noite desta quinta-feira (2). Mas, antes mesmo que a nomeação fosse divulgada oficialmente, grupos fazem pressão para que o presidente reverta a decisão.

As alas ditas ideológica e militares querem que Bolsonaro desista do nome, já que elas avaliam que o perfil de atuação de Feder pode não dialogar com o que defendem.

Feder chegou a se reunir com Bolsonaro, no Palácio do Planalto, no último dia 23 de junho - quando já estava entre os principais cotados para o comando da pasta. No entanto, à época, interlocutores com trânsito no MEC apontaram que a idade do secretário e seu histórico de doação para a campanha de João Doria à prefeitura de São Paulo teriam pesado como fator negativo para a escolha.

Essa será a terceira troca na chefia do ministério durante a gestão Bolsonaro. Carlos Decotelli deixou o cargo na última semana, após inconsistências em seu currículo tornarem insustentável a permanência no posto. Ele sequer tomou posse. A escolha de Feder foi antecipada pela revista Veja.

Como publicou a Gazeta do Povo, Feder, paulista, de 41 anos, é mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e tem perfil empreendedor e liberal de mercado. Ele reúne bagagem no setor privado como executivo de empresa de tecnologia e, na educação, tem experiência com Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O paulista teria sido indicado ao cargo por parlamentares do Centrão e da comunidade empresarial. Até que a nomeação seja publicada no DOU, a pasta está sob responsabilidade do secretário-executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel de Medeiros.

Feder "descartado", em um primeiro momento

Feder chegou a se reunir com o presidente, no Palácio do Planalto, no último dia 23 de junho - quando já estava entre os principais cotados para a pasta. Ele foi recebido com apoio do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), ministros militares e das Comunicações, Fábio Faria, além de empresários como Meyer Nigri, fundador da Tecnisa e apoiador de Bolsonaro desde a campanha.

Na ocasião, ele conversou com o presidente sobre a aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), e falou a respeito de estratégias para o retorno às aulas em um contexto pós-pandemia. Segundo o então secretário, Bolsonaro não teria, por outro lado, mencionado pautas como Escola sem Partido, ideologia de gênero e cotas raciais durante a conversa.

Ainda à época, interlocutores com trânsito no MEC apontaram que a idade de Feder e seu histórico de doação para a campanha de João Doria à prefeitura de São Paulo teriam pesado como fator negativo para a escolha. O fato deFeder ser alvo de investigação do Ministério Público (MP) por sonegação de impostos, na cifra de R$ 22 milhões, também incomodou o presidente.

Privatização do ensino: "não é o que penso hoje"

Em 2007, Feder publicou o livro "Carregando o Elefante - Como transformar o Brasil no país mais rico do mundo", no qual defende a privatização do ensino e até mesmo o fim do MEC. A obra, escrita com o empresário Alexandre Ostrowiecki, defendia que o governo pagasse voucher para que pais matriculassem filhos em escolas particulares.

Agora, ela diz ter mudado de opinião.: "É um livro muito antigo, escrito há quase 15 anos, não é o que penso hoje. As pessoas mudam de opinião, melhoram. Eu era um jovem de 20 e poucos ano quando escrevi aquele livro. Muito do que penso hoje não tem a ver com o livro", disse ao jornal O Estado de S. Paulo. "Eu não entendia nada de educação e hoje conheço melhor. Toda a parte da (minha) escrita sobre educação eu não concordo. A questão do voucher eu não concordo e não deu certo em nenhum lugar do mundo".

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