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para 2017

Reprovação escolar: como não cair no desespero nem na indiferença

 | Benett/Gazeta do Povo
(Foto: Benett/Gazeta do Povo)

As férias escolares podem ser um pesadelo para os alunos que precisam conviver com o fantasma da reprovação. Neste momento, mais do que se procurar culpados, é preciso estabelecer um diálogo franco entre o estudante, a família e a escola para identificar o que deu errado e definir estratégias que levem ao sucesso neste próximo ano.

Os especialistas lembram que a reprovação não é um evento pontual, mas o resultado de diversas negligências dos atores envolvidos. “Ela pode ser decorrente de ausências do próprio estudante, que não conseguiu conectar o que estava aprendendo; dos pais, pois sabemos que a estrutura familiar muitas vezes impede que eles estejam próximos dos filhos; e/ou da escola, por não ter feito os devidos alertas [ao longo do ano]”, explica Marciano Cunha, mestre e doutor em Educação e licenciado em Ciências Biológicas.

Passado o susto, é preciso que os motivos que levaram ao insucesso sejam avaliados, o que evita dois extremos perigosos: o desespero ou não se importar com a questão. “Perder o ano é um momento muito delicado. O apoio emocional é importantíssimo para que a criança não se sinta incapaz”, resume Mabel Cymbaluk, assistente psicopedagógica do Colégio Marista Paranaense.

Avaliação

O primeiro a se fazer é refletir sobre o que deu certo e errado durante o ano escolar e o que precisa ser melhorado ou revisto. “Às vezes, não é só uma dificuldade de aprendizado do aluno. Será que o professor procurou diferentes formas para que ele aprendesse?”, questiona Ana Regina Caminha Braga, psicopedagoga e mestre em Educação.

Outras questões, como o turno em que a criança estuda, a quantidade de atividades extracurriculares de que participa e a adequação (ou não) dela ao método de ensino utilizado pela escola também devem ser avaliados.

Feito o diagnóstico, o próximo passo é traçar estratégias para que isto não se repita e que, no próximo ano, o aluno possa ser bem-sucedido nos estudos. Neste sentido, Mabel explica que a escola e a família podem auxiliar o estudante a organizar a rotina de estudos e a compreender que ele não pode ter uma atitude passiva em relação à aprendizagem, uma vez que é seu principal sujeito.

Mudança

A possibilidade de mudar o filho de escola é uma opção que costuma despontar como solução para os pais dos repetentes. Os especialistas alertam, no entanto, que nem sempre ela é o melhor caminho a seguir.

Mabel sugere que, se a família confia no trabalho da escola, pode ser recomendado manter a criança na instituição, pois, como ela já a conhece, terá condições de avaliar alterações de postura e dar novos encaminhamentos.

Agora, se a família acredita que a linha pedagógica da escola que escolheu não era a adequada ao perfil do filho, a mudança pode vir a ser positiva. “Depende de cada caso e da análise que a família irá realizar”, resume Ana Regina.

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