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O ministro da Educação Abraham Weintraub anunciou nesta quinta-feira (14), pelo Twitter, que será aplicada uma nova edição da prova do Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira). O exame, que é obrigatório para formados em Medicina no exterior, não ocorre desde 2017.
De acordo com Weintraub, o edital será publicado em julho e a prova será realizada em outubro. A edição de 2020, segundo ele, ocorrerá em dois turnos, com 100 questões objetivas e 5 discursivas.
Em novembro do ano passado, quando confirmou a realização do exame em 2020, o governo avaliava que cerca de 15 mil médicos aguardavam para revalidar seus diplomas. Na época, o MEC havia afirmado que o custo da inscrição seria de cerca de R$ 3,6 mil, sendo que R$ 300 seriam pagos na primeira etapa e R$ 3.300 seriam necessários para participar da prova prática.
Veto ao Revalida feito nas universidades particulares
Apesar da pressão das instituições de ensino superior particulares, o presidente Jair Bolsonaro acatou o pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM) e vetou, no programa Médicos pelo Brasil, a possibilidade de que as provas do Revalida fossem realizadas por universidades particulares.
A flexibilização da realização da prova em grandes grupos educacionais poderia "estar calcada em uma visão comercial", disse Donizetti Giamberdino, vice-presidente do CFM, em entrevista para a Gazeta do Povo em outubro de 2019. Além disso, segundo ele, seria mais difícil controlar a qualidade dos testes e, em consequência, assegurar a excelência da preparação dos novos profissionais.
O Brasil, em 4 ou 5 anos, deve formar 34 mil médicos por ano. Estima-se ainda que 60 mil brasileiros estejam estudando Medicina em países vizinhos, como Bolívia, Paraguai e Argentina, muitas vezes em condições precárias.
Edição de 2017 do Revalida
O Revalida é uma prova organizada pelo Inep, órgão do Ministério da Educação. Em 2017, dos 7.379 médicos inscritos, 963 passaram para a segunda fase e, desses, só 389 (5,27% do total) conseguiram a autorização para validar seus diplomas.